Eles têm apenas 12 e 13 anos, mas não se intimidaram em apresentar a uma plateia cheia de especialistas em transporte e urbanismo suas ideias para uma cidade mais amigável. Apesar da pouca idade, esses adolescentes já estão preocupados em encontrar soluções para um dos problemas que mais estressam os adultos que moram nas grandes cidades: a mobilidade urbana.

O intercâmbio entre gerações aconteceu nesta quinta-feira, 30, durante o Summit Mobilidade Urbana, evento promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a 99. Em meio ao público formado por CEOs, membros do governo, especialistas e ativistas, destacava-se um grupo de cerca de 30 alunos do 7.º ano do Colégio Concept, na região central de São Paulo.

Os estudantes foram convidados a participar do evento graças a um projeto que desenvolvem na escola no qual são estimulados a pensar em soluções para melhorar o trânsito nas grandes cidades.

“Sempre trabalhamos com eles, de modo interdisciplinar, um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). Agora estamos trabalhando a mobilidade. A ideia é discutir o tema com mais profundidade para que, ao final, pensem numa solução que possa ser aplicada na sociedade”, explica Milena Madeira, professora de Ciências da turma.

A presença no Summit fez com que os jovens estudantes aprendessem mais sobre o assunto, mas também dividissem seus desejos sobre como seria a cidade em que querem viver no futuro.

Manifesto

As “reivindicações” foram apresentadas em um manifesto lido no palco por um dos alunos ao final do evento. Entre os pedidos, ruas “bem lisinhas”, motoristas menos estressados, mais segurança e harmonia entre os diferentes veículos e combustíveis que não prejudiquem o meio ambiente.

“Aprendemos que usar o transporte público é melhor, mas não é preciso tirar os carros da rua. É preciso mudar o sistema para que ele seja mais integrado”, defendeu Bruno Sodré Boralli, de 13 anos. Ele afirmou que não adianta orientar as pessoas a deixarem seus carros em casa se elas não têm confiança no transporte público. “É preciso ter políticas mais seguras e outras vantagens, como um assento mais confortável no ônibus”, exemplificou.

Os alunos entendem que as mudanças não vão acontecer de uma hora para a outra, mas cobram que políticas mais eficientes sejam iniciadas logo. “É algo para ser feito pouco a pouco. O que nós esperamos é que quando formos motoristas, as pessoas sejam menos apressadas e respeitem mais o outro. Isso iria melhorar a qualidade de vida de todo mundo”, diz Maria Eduarda Ribeiro Dias, de 12 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.