15/10/2021 - 21:37
Resultados encorajadores de uma simulação de computador apontam para o uso de dispositivos nucleares como uma defesa viável contra asteroides ameaçadores da Terra que aparecem repentinamente do nada.
O Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA executa uma simulação de impacto de asteroide uma vez a cada dois anos. O exercício do início deste ano foi o único em que o asteroide fictício e ameaçador, apelidado de “2021 PDC”, foi detectado apenas seis meses antes de seu encontro programado com a superfície da Terra. Foi considerado tempo insuficiente para implantar uma estratégia de mitigação, então os participantes se concentraram principalmente na resposta a desastres. Isso serviu como um lembrete rude de nossa vulnerabilidade a esses asteróides desconhecidos.
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Idealmente, teríamos alguns anos ou mesmo décadas para montar uma resposta, como usar a influência gravitacional de uma espaçonave volumosa para deslocar suavemente um asteroide de sua trajetória em direção à Terra. Alternativamente, poderíamos usar impactadores cinéticos para mudar o caminho de um objeto ou um dispositivo nuclear para quebrá-lo em milhares de pedaços. Essa última estratégia, conhecida como disrupção, é o tipo de coisa que esperamos em filmes estúpidos de Hollywood, mas poderia funcionar se fosse feita com décadas de antecedência; com o passar dos anos, os fragmentos resultantes provavelmente seguiriam suas próprias jornadas orbitais e não ameaçariam mais a Terra.
Mas, como mostra uma nova pesquisa promissora publicada na Acta Astronautica, a estratégia de interrupção pode até funcionar em asteróides que estão a poucos meses de atingir a Terra. Esta é uma notícia muito boa, pois sugere que temos uma chance de lutar contra asteróides que se aproximam que aparecem repentina e inesperadamente em nosso radar.
Que uma bomba nuclear ou algum outro dispositivo poderoso poderia ser usado para quebrar um asteróide dificilmente é uma revelação. A questão abrangente que entrava no novo estudo era o destino dos fragmentos resultantes. Parecia possível que os destroços resultantes continuassem sua jornada em direção à Terra, potencialmente tornando uma situação ruim ainda pior. Os cientistas por trás do novo artigo, liderados pelo físico Patrick King do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, fizeram simulações para estudar exatamente isso – as tendências orbitais de fragmentos saindo de um asteróide nuclear.
O estudo serviu como tese de PhD de King enquanto estudante no Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL). O colega de King, Michael Owens, também no LLNL, desenvolveu um programa de software chamado Spheral, que modelava os efeitos persistentes de uma interrupção nuclear no asteróide fictício. Spheral rastreou os fragmentos desde o momento da detonação e enquanto a nuvem fragmentária resultante orbitava o sol. A simulação ainda levou em consideração os efeitos gravitacionais de outros corpos planetários.