Cientistas brasileiros confirmaram nesta quarta-feira que o zika  vírus pode ser transmitido de mãe para filho através da placenta, em  meio a um surto de microcefalia associado a este vírus, que mantém as  autoridades sanitárias em alerta.

Pesquisadores da Fiocruz e da Universidade Católica do Paraná  analisaram as células da placenta de uma mulher que havia apresentado  sintomas do vírus e sofreu um aborto no primeiro trimestre de gestação.

As análises detectaram pela primeira vez “a infecção de células da  placenta pelo zika vírus e a transmissão pela placenta”, informou a  virologista e pesquisadora Claudia dos Santos.

“Embora não possamos relacionar estas descobertas aos casos de  microcefalia e outras alterações congênitas, este resultado confirma a  transmissão intrauterina do zika vírus” e pode ajudar no desenvolvimento  de estratégias para bloquear o processo de infecção e/ou transmissão,  acrescentou.

O Brasil atualizou hoje os dados sobre a microcefalia: existem quase  3.900 casos suspeitos, e o estado de Pernambuco, onde foi detectado o  surto, no fim do ano passado, permanece à frente das estatísticas, com  1.306 casos suspeitos.

“Aparentemente, começamos a ver uma redução da curva de incidência na  região Nordeste”, destacou o diretor do Departamento de Vigilância de  Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch.

Questionado sobre os possíveis riscos de que o zika vírus se propague  com maior intensidade durante o Carnaval, Maierovitch disse que há  muita especulação.

“A grande circulação de pessoas pelo país não deve ter um impacto  muito importante, porque o vírus já está circulando”, disse. “É  importante insistir em medidas de proteção”, como o uso de repelentes e  roupas que evitem o contato com o mosquito.