30/11/2021 - 1:30
Pesquisadores acreditam ter descoberto a chave para a sobrevivência das plantas no deserto do Atacama-Chile, que depois dos Polos Norte e Sul, é o lugar mais seco do planeta.
Com extrema escassez de água, luz em alta radiação e a mais de 2,5 mil metros acima do nível do mar, o Deserto do Atacama abriga dezenas de espécies de plantas por boa parte de sua extensão, algo que sempre intrigou os cientistas.
No entanto, durante dez anos de pesquisa, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Chile, com colaboração de especialistas internacionais, analisaram o solo, o clima, a temperatura e a vegetação – 32 espécies diferentes – de 22 áreas distintas do Atacama.
Após a comparação genômica dessas plantas com espécies semelhantes, de áreas mais úmidas, o estudo detectou a presença de 265 genes com mutações na vegetação desértica.
Segundo os pesquisadores, as mutações fazem parte do processo de evolução que permitiu a adaptação dessas plantas em um ambiente tão extremo. Entre as alterações, foi possível notar a presença de um gene que auxilia a espécie vegetal a resistir à radiação do Deserto, mudando o processo de fotossíntese.
“Nosso estudo é relevante para regiões que estão se tornando cada vez mais áridas, com fatores como as secas, temperaturas extremas e a presença do sal na água e no solo, que representam uma ameaça significativa à produção global de alimentos”, relatou o pesquisador Rodrigo Gutiérrez, coautor da pesquisa, para a BBC News Mundo.