Pesquisa de universidade austríaca aponta que mudança nos hábitos alimentares, por meio da redução do consumo de itens de origem animal, pode ajudar a combater a mudança climática.A luta contra as mudanças climáticas de forma compatível com a saúde humana deveria levar a sociedade a reduzir o consumo de alimentos de origem animal – a exemplo da ingestão de carne vermelha apenas a cada 15 dias –, segundo um estudo elaborado pela Universidade de Ciências Econômicas e Empresariais de Viena (WU) em parceria com o Fundo Mundial pela Natureza (WWF, na sigla em inglês).

Sob o título Pirâmide Alimentar 2.0, a pesquisa foi divulgada por meio de um comunicado na última terça-feira (21/03) e enfatiza uma mudança urgente nos hábitos alimentares para conter o aquecimento global, propondo, assim, uma nova dieta.

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Os pesquisadores propuseram “uma dieta saudável e equilibrada com o menor impacto possível sobre o meio ambiente”, destacou Pegah Bayaty, integrante do WWF Áustria. Para isso, “a principal medida é uma forte redução nos alimentos de origem animal”.

Concretamente falando, a sugestão levaria todos os carnívoros a ingerirem no máximo uma porção de carne vermelha a cada duas semanas, uma porção de carne branca – com baixo teor de gordura – por semana, não mais que dois ovos a cada sete dias e apenas uma porção de produtos lácteos por dia.

“As consequências de nosso alto consumo de carne são óbvias: emissão de gases de efeito estufa, perda de biodiversidade, alta necessidade do uso do solo e de pesticidas e fertilizantes”, adverte Bayaty.

Mais vegetais

Em decorrência dessa chamada nova dieta, os cientistas recomendam aumentar a proporção de cereais, batatas, legumes, frutas secas e óleos vegetais em particular.

No caso de produtos como café, chá e cacau, que consomem muitos recursos para ser produzidos, a indicação é de um limite de uma ou duas xícaras por dia.

O impacto da produção de alimentos

De acordo com Martin Bruckner, membro do Instituto de Economia Ecológica da WU e coautor do estudo, apenas a redução do consumo de alimentos de origem animal pode “assegurar uma dieta sustentável e, assim, evitar o desequilíbrio do planeta”.

Mais de um terço dos gases de efeito estufa, nocivos ao clima, é oriundo do setor de alimentos.

Pesquisas apontam que 70% da perda de biodiversidade terrestre e 80% do desmatamento ocorrem devido aos setores de alimentos, transporte, estoques e resíduos.

gb/ek (Efe, ots)