Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela que as mulheres se endividaram mais do que os homens no ano de 2022. Segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), 79,5% das mulheres estavam endividadas em fevereiro deste ano. Entre os homens, o número chega a 77,2%.

O levantamento também aponta que 30,3% dos consumidores com dívidas atrasadas eram mulheres, enquanto 29,1% eram homens. No entanto, as mulheres pagam mais rapidamente suas dívidas. Enquanto elas ficaram 62 dias em média sem pagar dívidas, os homens permaneceram 63,5 dias com dívidas atrasadas.

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As mulheres têm concentrado o endividamento nas modalidades de prazos mais curtos, principalmente no cartão de crédito. Elas estão proporcionalmente mais endividadas do que os homens em três modalidades de dívida: cartão de crédito (86,5% das endividadas), carnês de lojas (19%) e crédito consignado (5,9%).

Nos demais tipos de dívida (cheque especial, crédito pessoal, cheque pré-datado, financiamento de casa, de carro e outras dívidas), os homens superam as mulheres como proporção do total de endividados.

Além disso, 18,8% das endividadas se consideram “muito endividadas”, mesma proporção observada em fevereiro do ano passado. O percentual é menor entre os homens – 15,5% dos endividados, uma queda de 0,6 ponto percentual em relação aos 16,1% de fevereiro de 2022. Segundo a CNC, isso indica que as condições orçamentárias estão mais apertadas para o público feminino.

O levantamento também analisou o indice de inadimplência. Mesmo com as renegociações, a cada 100 consumidores inadimplentes, 44 chegaram a fevereiro com dívidas atrasadas por mais de 90 dias. O tempo médio de atraso dos pagamentos foi de 62,7 dias, o maior desde janeiro de 2021. A maior contratação de dívidas em fevereiro se deu entre os consumidores com rendimentos de três a cinco salários mínimos mensais.