A taxa de desemprego oficial do Brasil ficou em 7,7% no mês de setembro. É o melhor índice desde fevereiro de 2015. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na terça-feira (31). O crescimento no número de trabalhadores ocupados traz duas boas notícias e uma nem tanto.
A primeira é que, com mais gente recebendo salário a tendência é haver aumento do consumo.
A segunda: mais consumo gera mais receita para as empresas, que aumentam investimentos, inclusive contratando mão de obra.

Tudo isso contribui para elevar o Produto Interno Bruto, que este ano deve ficar em torno de 3% (o governo federal sonha com 3,2%, enquanto o Banco Central trabalha com alta de 2,9%).

A notícia não tão boa é que a inflação pode subir. Se ela ficar sob controle, o Brasil terá um excelente 2023 na esfera econômica.

Mas como esses indicadores afetam o dia a dia dos brasileiros? Será que uma retomada se traduz em mudanças nos hábitos de consumo? Quais? Para responder a essas perguntas, a revista DINHEIRO encomendou uma pesquisa exclusiva à consultoria TM20 Branding e ao instituto Brazil Pannels.

A ideia era mapear quais categorias de produtos e serviços que mais tendem a crescer neste momento de retomada. “A pesquisa de mercado entrevistou 593 pessoas com a metodologia CAWI (pesquisa digital em uma base de 2,5 milhões de pessoas ativas), em uma cobertura nacional, e distribuída por faixa etária e classe social”, afirmou Claudio Vasques, CEO da Brazil Pannels. “Estimulamos os consumidores com seguintes categorias: alimentação, habitação, saúde, transporte, vestuário, planos de celular/internet, lazer e educação”, disse Vasques.

Os consumidores respondiam primeiramente em quais categoria gastam atualmente, para depois apontar aquelas em que poderiam gastar mais em um cenário de melhora.

Segundo Eduardo Tomiya, CEO da TM20 Branding, a melhor notícia vai para o setor de Educação. “Atualmente, ela representa apenas 6,34% do gasto total dos brasileiros, mas há uma tendência de retomada, especialmente entre as classes A e B”, disse Tomiya.

Embora apareça apenas em quatro lugar na lista de candidatos a possíveis aumentos de gastos, o setor se destaca por ser o último do qual os entrevistados abririam mão caso precisem cortar despesas.

Ainda segundo o especialista em marcas, a má notícia vai para os planos de celular, internet, streaming de filmes. Para 18% dos que responderam, esses seriam os primeiros gastos a cortar em um momento de contenção de despesas. “Em um momento de crise, de fato esses setores são os mais afetados”, afirmou.