03/03/2016 - 18:19
Um estudo feito pela organização que representa a indústria da moda nos Estados Unidos propõe que a Semana de Moda incorpore uma mudança significativa: a roupa exposta nos desfiles deveria estar disponível em seguida.
O conselho de designers de moda dos Estados Unidos (CFDA em inglês) não tomou partido ao divulgar o estudo e se limitou a destacar que o sentimento geral dos profissionais consultados é que “é o momento adequado para fazer mudanças”.
O estudo sugere apresentar as coleções durante a temporada correspondente e terminar com os seis meses de atraso que estão em vigor, quando por exemplo a moda da primavera é desfilada no outono.
Propõe também divulgar, na Semana de Moda ou logo depois, que a roupa estará imediatamente disponível para venda.
Isso confirma uma tendência cada vez mais importante da última Semana de Moda de Nova York. Rebecca Minkoff, Tommy Hilfiger, Burberry, Tom Ford, Diane von Furstenberg, Michael Kors, Proenza Schouler, Tory Burch, Paco Rabanne e Courrèges anunciaram mudanças nessa direção.
A mudança se deve principalmente ao fato de que os desfiles já se transformaram em acontecimentos para o grande público. As próprias marcas já aceitam que seus desfiles sejam filmados pelo público e divulgados na internet.
Mas a exposição e o interesse não podem se transformar de imediato em vendas se o modelo tradicional for seguido, quando coleções demoram vários meses para chegar às lojas.
De acordo com o novo modelo sugerido pelo estudo, a coleção estaria pronta com seis meses de antecipação, mas seria mostrada de maneira confidencial somente para compradores e alguns membros da mídia. Não obstante, não seria revelada para grande imprensa ou o público em geral por pelo menos um semestre.
O novo modo de operar evitaria também que os gigantes do prêt-à-porter à baixo preço proponham estilos inspirados nos desfiles antes que as próprias coleções originais cheguem ao mercado.