Vários grupos de pesquisadores já tentaram entender e eventualmente encontrar uma relação entre a satisfação sexual e o facto de se estar sob o efeito do consumo de cannabis. Desde 1984 que a comunidade científica publica estudos nos quais concluem que os participantes dizem ter melhor sexo depois do consumo de marijuana.

Agora, um novo estudo publicado na revista científica Journal of Cannabis Research, coletou dados de 811 participantes, entre 18 e 85 anos, utilizaram a substância ao menos uma vez. Não houve um padrão entre os participantes, explicam os responsáveis, com uma diversidade etária e de perfis.

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Mais de 70% das pessoas pesquisadas afirmam sentir maior desejo sexual e maior intensidade nos orgasmos depois do consumo de cannabis, não havendo diferenças no conteúdo das respostas entre homens ou mulheres. No caso das pessoas que se identificaram como mulheres, o uso de marijuana ajudou mais de 40% a obterem múltiplos orgasmos, noticia a publicação Motherboard. O aumento de sensibilidade regista-se apenas em alguns dos sentidos, nomeadamente no paladar e no tato, mas não na audição ou no olfato.

“No geral, o uso de cannabis tende a ter uma influência positiva na percepção do funcionamento e satisfação sexual dos indivíduos, independentemente do gênero ou idade”, concluem os autores do estudo.

Dos pesquisados, 64% identificam-se como mulheres e 73% relatam estar em relações monogâmicas. Mais de metade disse usar cannabis diariamente, com a maior parte a fumando, enquanto os restantes usam óleos, produtos comestíveis ou sob outras formas.

Os autores do estudo reconhecem algumas limitações neste trabalho, com a maior parte dos pesquisados serem brancos, mulheres de educação superior e usuários já experientes de substância. Os pesquisadores destacam ainda outra limitação, como o fato de algumas das pessoas pesquisadas já acreditarem que o consumo de cannabis aumenta o prazer sexual. Aliás, 59% dos participantes afirmaram consumir intencionalmente antes do sexo com o objetivo de torná-lo mais prazeroso.

Ainda assim, os pesquisadores concluem que “o efeito relaxante da substância pode contribuir para um maior desejo ou redução de inibições que possam contribuir para uma função sexual mais satisfatória”.