Especialistas que representam institucionais do mercado financeiro apontam que somente com a criação de fundos de índice (ou ETFs, na sigla em inglês) alguns produtos passaram a ser considerados investimentos possíveis, citando como exemplo o Bitcoin e outras criptomoedas.

Durante painel no Encontro Anual Sobre Índices e ETFs no Brasil 2024, evento da S&P Dow Jones Índices que ocorre em São Paulo nesta quinta-feira, 7, representantes de grandes players do mercado de gestão de ativos – como Safra, BNDES, Itaú – citaram que havia uma ‘demanda reprimida’ de investidores institucionais para investir em bitcoin e outras criptos, e que esses investimentos só ocorreram quando foram criados veículos como ETFs de criptomoedas.

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“Vemos agora as criptomoedas entrando na pauta da discussão por conta da eleição do Trump e a primeira pergunta dos gestores nesse contexto é ‘tem ETF?'”, disse o Superintendente de Produtos do Safra Asset Management, Bruno Stein, .

O especialista fez referência ao fato de que o bitcoin renovou a máxima histórica com a vitória do candidato republicano nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 6, ultrapassando os R$ 75 mil.

Além disso há, de fato, uma injeção relevante de capital em ETFs de Bitcoin e outros fundos de índice análogos.

Conforme dados do relatório Spot ETFs in Crypto Markets, da Binance, foram US$ 18,9 bilhões em entradas líquidas em ETFs à vista de Bitcoin nos Estados Unidos entre 10 de janeiro (quando foram liberados para negociação) até o fim de outubro.

No Brasil, alguns fundos de índice atrelados a criptomoedas já estão na prateleira das corretoras há alguns anos e somam patrimônios na casa dos bilhões – como é o caso do HASH11, lançado em meados de 2021 pela gestora Hashdex e que acumula atualmente um Valor Patrimonial Líquido de R$ 2,8 bilhões e 137 mil investidores.

ETF significa custo menor

Durante o painel, os especialistas que estavam no evento também frisaram que a utilização dos fundos de índice são relevantes para reduzir custos dentro da lógica de gestão de portfólio.

“No ETF você não tem fricção, o custo de transação tende a ser muito menor e a operação é mais eficiente do que outras formas de investir em outras classes de ativos”, disse Renato Eid, Sócio e Líder de Estratégias Beta e Investimento Responsável da Itaú Asset Management.

Stein endossou a fala citando que o ‘custo de exposição é muito barato’. O especialista revelou que gestores tem uma predileção muito grande pelo veículos de investimentos.

“O custo é muito baixo, especialmente comparado com gestão ativa. E não é só isso, negociar um ETF tem um custo muito baixo, sem contar a parte dos trabalhos. Os maiores usuários de ETFs são gestores e alocadores que enxergam que se trata do melhor caminho para fazerem o que eles querem. Basta um investidor institucional usar uma vez que aí não tem volta, é um mecanismo de construção, de ajuste de portfólio que e muito eficiente”.