Carlos Ghosn afirmou durante a coletiva que o cônsul do Brasil no Japão, João Mendonça, foi “muito amigo” e o ajudou por conta de sua prisão, mas considera que o governo do País não o tratou da forma correta. “O presidente Jair Bolsonaro afirmou num jornal, quando perguntado se estava pronto a falar do meu caso, que não queria fazer isso para não atrapalhar as autoridades japonesas”, disse Ghosn. “Claro que não gosto desse tipo de declaração, mas a respeito. Eu estava esperando mais ajuda por parte do governo brasileiro, o que não aconteceu, infelizmente.”

Ghosn estava em negociações adiantadas para fazer uma fusão da aliança entre Renault, Nissan e Mitsubishi com a FCA, quando foi preso. “A conclusão do negócio não estava longe quando fui preso”, disse. “Foi uma grande perda para a Renault. E agora é uma grande oportunidade para a PSA (que fechou o negócio com a FCA).” Segundo ele, as acusações que sofre no Japão fizeram o grupo perder um negócio que seria “imperdível”. “Agora, Nissan, Renault e Mitsubishi são as únicas montadoras que estão perdendo venda enquanto o mercado inteiro cresce”, acrescentou.