14/02/2022 - 16:45
Os Estados Unidos continuam acreditando que o presidente russo, Vladimir Putin, não tomou sua “decisão final” sobre invadir ou não a Ucrânia, disse o Pentágono nesta segunda-feira (14), às vésperas de uma viagem do secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, à Europa.
“Ainda não acreditamos que tenha sido tomada uma decisão final”, disse em coletiva de imprensa o porta-voz do Pentágono, John Kirby, embora tenha dito que “uma ação militar poderia ocorrer a qualquer momento”.
Ele também anunciou a visita de Austin na terça-feira à sede da Otan, em Bruxelas, e depois à Lituânia e à Polônia, onde dialogará com o presidente Andrzej Duda, e visitará a base aérea de Powidz, onde estão soldados americanos.
Sobre uma possível invasão russa à Ucrânia, Kirby disse, durante a coletiva: “É perfeitamente possível que (Putin) aja com pouco ou nenhum aviso”.
Segundo Washington, Moscou reforçou durante o fim de semana seu dispositivo militar nas fronteiras com a Ucrânia, onde há semanas estão concentrados mais de 100.000 soldados.
Diante da “dramática aceleração” de concentração de tropas russas na fronteira, os Estados Unidos decidiram transferir sua embaixada de Kiev para Lviv, no oeste do país, anunciou nesta segunda-feira o secretário de Estado, Antony Blinken.
Enquanto isso, seu porta-voz, Ned Price, disse que os Estados Unidos não viram “nenhum sinal concreto de desescalada” na fronteira Rússia-Ucrânia.
“É uma clara possibilidade, talvez mais real do que nunca, que a Rússia decida prosseguir com uma ação militar”, disse ele.
No entanto, garantiu que os Estados Unidos acreditam que o caminho diplomático “continua viável” para superar a crise.
“Acreditamos que ainda há uma janela para resolver isso por meio do diálogo e da diplomacia”, disse.
No Pentágono, Kirby também criticou a China por seu “apoio tácito” a Moscou no confronto sobre a Ucrânia.
“Seu apoio tácito, digamos, à Rússia é profundamente alarmante e, francamente, ainda mais desestabilizador para a situação de segurança na Europa”, disse ele.