O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Alex Azar, disse nesta terça-feira (30) em Lima que a chegada em massa de imigrantes venezuelanos tem um forte impacto sanitário nos países da região, porque muitos carregam doenças infecciosas.

“A ameaça de doenças infecciosas é particularmente alarmante”, disse Azar durante uma conferência regional que reúne em Lima ministros da Saúde dos países da América.

“Estamos vendo milhares de casos de doenças de possível prevenção mediante vacinação que anteriormente eram raras, ou que haviam sido completamente eliminadas, tais como sarampo e difteria, que estão chegando a nossas zonas fronteiriças e sendo espalhadas nas comunidades locais”, acrescentou o funcionário americano.

Azar afirmou ainda que a crise que se vive na Venezuela não ameaça apenas o país, “mas sim nossa saúde, segurança e prosperidade coletiva”.

Os imigrantes chegam com doenças infecciosas que não podem ser atendidas na Venezuela, ou crônicas não transmissíveis, como diabetes, câncer, ou hipertensão, agravadas pela dieta deficiente, ou pela falta de medicamentos, disse o representante do governo de Donald Trump.

O primeiro-ministro peruano, Salvador del Solar, concordou com a preocupação e pediu para se enfrentar o desafio que a situação implica.

“O deslocamento de pessoas em massa, como o que está experimentando a população venezuelana, não traz consigo apenas a dor do desenraizamento, mas também doenças para as quais não necessariamente estavam preparadas as regiões, ou as cidades que os acolhem”, alegou Del Solar.

“Por isso, as autoridades de saúde que hoje nos acompanham trazem a preocupação de nossa região e trazem também o desafio para que possamos ter uma resposta”, enfatizou.

Mais de três milhões de venezuelanos deixaram o país, fugindo da crise. A ONU calcula que, no final de 2019, este número pode chegar a 5,3 milhões.