05/05/2022 - 7:39
Os Estados Unidos forneceram informações de inteligência à Ucrânia que ajudaram as forças de segurança do país a matar vários generais russos na guerra, noticiou nesta quarta-feira (04/05) o jornal americano New York Times, citando fontes do serviço secreto dos EUA.
Segundo a reportagem, Washington forneceu à Ucrânia detalhes sobre a movimentação esperada das tropas russas e a localização de um quartel-móvel do Exército russo. Essas informações, combinadas com as obtidas pelo serviço secreto ucraniano, permitiram a condução de ataques de artilharia que mataram os oficiais russos. As fontes ouvidas pelo jornal não disseram quantos generais foram mortos desta maneira.
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Autoridades ucranianas disseram ter matado cerca de 12 generais russos desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, segundo o jornal. No início de março, autoridades locais de Novorosiisk, no sul da Rússia, confirmaram a morte na Ucrânia do general Andrei Sukhovetsky, comandante adjunto do 41.º Exército.
Procurados por várias agências de notícias, o Pentágono e a Casa Branca não comentaram a reportagem do jornal. Já o Conselho Nacional de Segurança dos EUA classificou a afirmação de que o país estaria ajudando a Ucrânia a matar generais russos de “irresponsável”.
“Os Estados Unidos fornecem informações de inteligência para ajudar os ucranianos a defenderem seu país. Não fornecemos informações com a intenção de matar generais russos”, disse Adrienne Watson, porta-voz do conselho, à agência de notícias AFP.
A grande perda de oficiais do alto escalão das Forças Armadas russas surpreendeu autoridades de segurança ocidentais, que confirmaram a morte de sete generais do país até o final de março. Moral baixa e problemas de comunicação e logística seriam os responsáveis pela presença de oficiais de alto escalão tão próximo ao front.
Segredo sobre assistência de inteligência
O governo do presidente Joe Biden mantém segredo sobre a assistência de inteligência militar que está prestando à Ucrânia, por temores de que fontes possam ser comprometidas ou de que a ajuda seja interpretada pela Rússia como um sinal direto de hostilidade.
A assistência dos serviços secretos dos EUA à Ucrânia soma-se aos bilhões de dólares de equipamento militar entregue ao Exército de Kiev, incluindo armas antitanque, munições e, mais recentemente, artilharia pesada, helicópteros e drones.
Em 25 de abril, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, disse que o objetivo dos EUA era “ver a Rússia enfraquecida ao ponto de não poderem fazer o tipo de coisas que fizeram na invasão da Ucrânia”.
Os EUA também estão treinando militares ucranianos, inclusive na Alemanha, para usar as armas que estão sendo enviadas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 3 mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A guerra causou a fuga de mais de 13 milhões de ucranianos, dos quais mais de 5,5 milhões buscaram refúgio no exterior, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas.
A invasão russa foi condenada pela comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e sanções econômicas e políticas contra Moscou.
cn/lf (Reuters, DPA, Lusa, AFP, ots)