As autoridades sanitárias dos Estados Unidos propuseram, nesta sexta-feira (27), aliviar as restrições da época da epidemia de aids às doações de sangue por parte de homens homossexuais e bissexuais.

Atualmente, esses homens precisam se abster de manter relações sexuais por três meses, mesmo se estiverem em relações monogâmicas, para serem elegíveis a doar sangue.

As novas regras propostas pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) buscam eliminar esse requisito em troca de uma avaliação de risco individual.

Todos os doadores de sangue passam por um teste de HIV, mas é possível que o vírus não apareça de imediato se a pessoa estiver tomando medicamentos profiláticos antes da análise.

No auge da epidemia de aids, na década de 1980, a FDA proibiu as doações de sangue por homens gays para evitar a propagação do vírus HIV por meio de produtos sanguíneos.

Esse veto foi extinto em 2015, mas os homens homossexuais e bissexuais deviam se abster de fazer sexo por um ano para serem elegíveis. Em abril de 2020, esse tempo foi reduzido a três meses, em um momento de escassez de sangue no início da pandemia de covid-19.

Sob a nova regulamentação proposta, todos os possíveis doadores de sangue deverão responder se tiveram parceiros sexuais novos ou múltiplos nos últimos três meses.

Aqueles que tiverem, terão sua doação adiada. Segundo a FDA, seguirão impedidas de doar as pessoas que testarem positivo para HIV ou que tiverem tomado medicamentos para tratar uma infecção por HIV.

“Manter um fornecimento seguro e adequado de sangue e produtos sanguíneos nos Estados Unidos é primordial para a FDA”, afirmou o comissário da agência, Robert Califf, em um comunicado.

“Esta proposta de uma avaliação de risco individual, independente de seu gênero ou orientação sexual, nos permitirá seguir usando a melhor ciência”, acrescentou.

A potencial nova regulamentação está em linha com regras similares vigentes no Canadá e Reino Unido, indicou o regulador.