10/12/2020 - 14:05
Para Estados Unidos será “fácil” voltar ao Acordo de Paris sobre o clima, mas não tão simples “recuperar sua credibilidade” diante da comunidade internacional, afirmu John Kerry, futuro delegado especial para o clima, em uma entrevista divulgada nesta quinta-feira (10).
O ex-secretário de Estado de Barack Obama assinou em nome de seu país o Acordo de Paris negociado em 2015, mas dois anos depois o presidente Donald Trump anunciou a retirada da potência norte-americana.
“Será fácil para Estados Unidos voltar, mas não será tão fácil para Estados Unidos recuperar sua credibilidade”, disse Kerry à Rádio Pública Nacional.
Ele destacou que enfrentará “este desafio com humildade”, já que terá que convencer os países da sinceridade do compromisso de Washington no combate à mudança climática, pois antes de Trump, o ex-presidente George W. Bush se negou a ratificar o Protocolo de Kyoto em 2001.
O ex-senador afirmou que passará a maior parte de 2021 se preparando para a COP26, a cúpula climática programada para novembro em Glasgow, Reino Unido.
“Precisamos elevar as ambições de todos os países do mundo para alcançar um resultado e nossa tarefa, a minha em particular, será ajudar a negociá-lo”, disse Kerry.
Também destacou a importância de negociar com a China, que produz mais de um das emissões mundiais de gases de efeito estufa, e que em setembro se comprometeu a “começar a reduzir as emissões de CO2 para 2030” e atingir a “neutralidade” para 2060.
O presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden deseja que seu país alcance a neutralidade em 2050.
Para Kerry, o combate à mudança climática não significa que os americnaos perderão qualidade de vida.
“Teremos mais empregos, mais empregos com melhores salários e, estou seguro, uma melhor qualidade de vida”, afirmou em outra entrevista à rede NBC.
“O mercado está se movendo para a indústria verde. É assim como Estados Unidos funciona”, concluiu.