Uma vacina terapêutica experimental contra o câncer apresentou respostas positivas n​do sistema imunológico de camundongos, que tiveram regressão significativa do tumor, segundo pesquisa do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (National Institute of Allergy and Infectious Diseases ou NIAID) dos EUA, publicada no final de outubro na revista científica Cell.

Os cientistas descobriram que a administração intravenosa da vacina aumentou o número de células T (de defesa do organismo) capazes de infiltrar e atacar células cancerosas e engajar o sistema imunológico próprio da cobaia a produzir interferon tipo I (proteínas que combatem “intrusos”).

+ Vacina contra câncer de mama tem resultados positivos em primeiros testes

Segundo o site dos Institutos Nacionais de Saúde (National Institutes of Health) dos EUA, a resposta imune natural das cobaias modificou o microambiente do tumor, neutralizando a atuação de forças supressoras que, de outra forma, reprimiriam a ação das células T. A modificação desse microambiente do câncer não foi observada nos camundongos que receberam a vacina da forma tradicional, por injeção de agulha na pele (administração subcutânea).

Apelidada de “vax-innate” (“vaci-inato”, uma brincadeira com a palavra “vacinado”) pela equipe responsável, a nova terapia é promissora na busca por vacinas imunoterapêuticas que sejam realmente eficazes contra os tumores. No estudo atual, a administração do imunizante ativou e levou ao aumento da produção de células T, que suplantaram a atividade imunossupressora induzida pelo câncer.

Os pesquisadores acreditam que essa vacina também poderia ser administrada por via intravenosa a pacientes que já estejam realizando imunoterapias. A nova abordagem também poderia melhorar o controle do tumor, aumentando o número de células T e alterando o microambiente do câncer para que o sistema imunológico funcionasse melhor.

De acordo com o NIAID, a nova vacina experimental foi projetada por Robert Seder, chefe do programa de imunologia, juntamente com colaboradores da filial norte-americana da Vaccitech, empresa biofarmacêutica em Baltimore, Maryland (EUA), que anunciou para 2023 um imunizante capaz de ajudar no tratamento do câncer associado ao vírus do papiloma humano (HPV) em 2023.