30/03/2023 - 20:19
Os Estados Unidos defenderam nesta quinta-feira (30) a “visita não oficial” da presidente de Taiwan a Nova York, diante das ameaças de represália da China.
Washington “brinca com fogo” ao receber a presidente Tsai Ing-wen no que é, oficialmente, uma simples escala de sua viagem à América Central, alertou Pequim. Mas para Daniel Kritenbrink, chefe da diplomacia americana para a Ásia Oriental, “não existe absolutamente nenhuma razão para que a China reaja de forma exagerada a esta prática de rotina”.
“As tentativas unilaterais de mudar o status quo não irão pressionar o governo dos Estados Unidos a alterar nossa prática de longa data de facilitar o trânsito pelo país”, declarou Kritenbrink em Washington. Espera-se que Tsai Ing-wen se reúna com o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, durante sua viagem de retorno, na Califórnia.
A líder taiwanesa viaja à América Central para fortalecer os laços da ilha com seus aliados. Ela se encontra desde ontem em Nova York e seguirá amanhã cedo para Guatemala e Belize.
Pequim alertou que tomará “medidas de resposta firmes” caso a presidente de Taiwan se reúna com McCarthy. “Pedimos aos Estados Unidos que não continuem brincando com fogo na questão de Taiwan. Os que brincam com fogo morrerão pelo fogo. Não é uma ameaça”, declarou em Washington Xu Xueyuan, encarregada de negócios na embaixada chinesa.
Para o governo americano, Pequim deveria se abster de qualquer “reação agressiva”, uma vez que “a relação não oficial de longa data com Taiwan e a política americana de ‘Uma só China’ permanecem inalteradas”.
Pequim considera a ilha de governo democrático e autônomo parte do seu território, que pretende retomar algum dia, inclusive pela força, se considerar necessário. Sob o princípio de “Uma Só China”, nenhum país pode manter simultaneamente laços com Pequim e Taipé.
Embora Washington tenha reconhecido diplomaticamente Pequim em 1979, continua sendo o aliado mais poderoso de Taiwan e seu principal fornecedor de armas.