20/10/2020 - 10:40
Os Estados Unidos anunciaram, nesta terça-feira (20), que querem se reunir “imediatamente” com a Rússia para finalizar uma extensão do Tratado nuclear Novo Start, depois de Moscou apoiar uma proposta americana de congelar as ogivas.
“Agradecemos pela vontade da Federação da Rússia de avançar no tema do controle de armas nucleares”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus.
+ EUA: Departamento de Justiça confirma ação judicial antitruste contra Google
+ Rússia inicia transferência tecnológica para produzir vacina no Brasil
“Os Estados Unidos estão preparados para se reunir de imediato para finalizar um acordo verificável. Esperamos que a Rússia autorize seus diplomatas a fazer o mesmo”, completou.
A Rússia afirmou nesta terça-feira que está pronta para um “congelamento” conjunto com Estados Unidos do número de ogivas nucleares para estender o Novo Start por um ano – acordo que corre o risco de expirar devido à falta de compromisso.
Este congelamento não deve ser acompanhado de “mais demandas adicionais” dos EUA e permitiria “ganhar tempo” para continuar as negociações bilaterais sobre o futuro do controle de armas nucleares, disse a diplomacia russa.
A prorrogação por um ano do Tratado Novo Start sobre os arsenais nucleares foi uma das propostas formuladas por Washington e que inicialmente foi rejeitada como “inaceitável” por Moscou.
Na sexta-feira, o presidente russo Vladimir Putin ofereceu prorrogar o acordo atual por ao menos um ano, mas “sem condições”, o que foi descartado pelos Estados Unidos.
Essa mudança de rumo de Moscou pode representar uma grande virada no assunto, já que as negociações sobre a renovação deste importante tratado de desarmamento nuclear estão paralisadas há muitos meses e o texto atual expira no início de 2021.
O Tratado Novo Start, assinado em 2010, mantém os arsenais dos dois países muito abaixo dos níveis da Guerra Fria, limitando o número de lançadores nucleares estratégicos enviados para 700 e o número de ogivas nucleares para 1.550.
O possível desaparecimento deste último grande acordo bilateral que regia parte dos arsenais dos dois adversários geopolíticos, negociado durante os governos de Barack Obama e Dmitry Medvedev, gera tensões sobre o retorno de uma corrida armamentista.