09/05/2022 - 19:40
Por Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) – Os Estados Unidos tomarão medidas para aumentar a pressão sobre o governo do Taliban no Afeganistão para reverter algumas de suas recentes decisões que restringem os direitos de mulheres e meninas, caso o grupo linha-dura não mostre sinais de eliminar as ações por conta própria.
“Nós abordamos isso diretamente com o Taliban”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, em entrevista nesta segunda-feira. “Temos uma série de ferramentas, se sentirmos que não serão revertidas, não serão desfeitas, com as quais estamos preparados para seguir em frente.”
Ele não detalhou os possíveis passos nem indicou como o grupo, que já implementou políticas limitando 20 anos de conquistas pelos direitos de meninas e mulheres, pode mudar de ideia.
O Taliban ordenou no sábado que as mulheres cobrissem seus rostos em público, um retorno a uma política de seu antigo governo e uma escalada de restrições que estão causando indignação dentro do país e no exterior.
A cobertura facial ideal é a burca azul completa, disse o grupo, referindo-se à roupa que era obrigatória para as mulheres em público durante o governo anterior do Taliban, de 1996 a 2001.
A comunidade internacional fez da educação das meninas uma demanda fundamental para qualquer reconhecimento futuro do governo do Taliban, que assumiu o país em agosto do ano passado, quando as forças estrangeiras se retiraram.
Apesar disso, o Taliban restringiu o trabalho de meninas e mulheres e limitou suas viagens, a menos que acompanhadas por um parente próximo do sexo masculino. A maioria das meninas também foi impedida de ir à escola além da sétima série.