22/05/2018 - 4:52
Os governos dos EUA e da China fecharam um acordo preliminar para encerrar um impasse envolvendo a gigante de equipamentos de telecomunicação chinesa ZTE, segundo pessoas com conhecimento do assunto em ambos os países, num momento em que os dois lados buscam reduzir tensões comerciais.
Os detalhes ainda estão sendo discutidos, disseram as fontes. Se o acordo for confirmado, Washington irá remover uma proibição que impede empresas americanas de fornecerem componentes e software à ZTE, numa iniciativa que ameaça levar a companhia chinesa à falência. Em contrapartida, a ZTE terá de fazer significativas mudanças em sua diretoria e, possivelmente, arcar com pesadas multas, de acordo com as fontes.
Pequim também ofereceu retirar tarifas sobre bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA como parte das negociações, embora uma das fontes tenha dito que Washington que não prometeu qualquer ação compensatória. “A Casa Branca foi meticulosa em afirmar que o caso é uma questão de aplicação da lei e não uma moeda de troca em negociações”, disse.
A ZTE foi banida pelos EUA há mais de um mês, por ter supostamente violado sanções que impedem a realização de negócios com Irã e Coreia do Norte.
Ontem, o Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse em entrevista à CNBC que a intenção não era fazer a ZTE falir. Mnuchin também defendeu uma decisão do presidente americano, Donald Trump, de manter a empresa chinesa operando. No começo da semana passada, Trump prometeu no Twitter que irá trabalhar com o presidente chinês, Xi Jinping, para levar a ZTE a retomar operações rapidamente.
O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, deve chegar a Washington esta semana para retomar conversas sobre a ZTE, disseram autoridades envolvidas com sua viagem. Já o Secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross, que está supervisionado o caso da ZTE, deverá viajar a Pequim na próxima semana.
No fim de semana, EUA e China declararam uma trégua em suas disputas comerciais, depois que negociadores chineses prometeram que Pequim irá ampliar significativamente suas compras de produtos americanos. A ZTE, porém, não foi mencionada em um comunicado conjunto emitido após dois dias de conversas. Fonte: Dow Jones Newswires.