10/08/2021 - 21:49
Os Estados Unidos e uma empresa mexicana de autopeças chegaram a um acordo para indenizar os trabalhadores que denunciaram violações de seus direitos trabalhistas sob o acordo de livre comércio T-MEC, informou o governo dos Estados Unidos nesta terça-feira (10).
“Os trabalhadores domésticos e estrangeiros merecem o direito de negociar coletivamente por salários justos e condições de trabalho decentes, sem medo de retaliação”, declarou a Representante de Comércio dos EUA (USTR), Katherine Tai, em um comunicado de seu escritório.
O USTR e a empresa de autopeças Tridonex, com sede em Matamoros, Tamaulipas, (norte), concordaram em indenizar com pelo menos nove meses de salários 154 trabalhadores dispensados da fábrica. O atraso no pagamento totaliza mais de US$ 600.000, detalhou o boletim informativo.
O acordo foi resultado do pedido feito em 9 de junho pelos Estados Unidos ao México para revisar as reclamações dos assalariados com base nos compromissos assumidos no novo acordo de livre comércio entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC).
O governo mexicano aceitou o pedido em 19 de junho e estabeleceu que, se os abusos trabalhistas forem determinados, “um curso de reparação deve ser acordado com as contrapartes do governo dos Estados Unidos”.
A Tridonex, uma subsidiária da americana Cardone Industries, também deve “apoiar o direito de seus trabalhadores de determinar sua representação sindical sem coerção, incluindo a proteção de seus trabalhadores de intimidação e assédio”, acrescentou Tai.
É a segunda vez que se utiliza um mecanismo de proteção aos direitos sindicais previsto no T-MEC, que substituiu o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) em julho de 2020.
A primeira aconteceu em maio do ano passado, quando Washington invocou o T-MEC para pedir a seu vizinho do sul que determinasse se os direitos sindicais dos empregados de uma fábrica da General Motors (GM) em Silao (Guanajuato, centro) haviam sido violados.
O capítulo trabalhista do T-MEC obriga Canadá, Estados Unidos e México a garantir negociação coletiva autêntica, democracia sindical e liberdade de associação aos funcionários das empresas que fazem negócios na região.
O México promulgou em 2019 uma reforma trabalhista exigida pelos congressistas democratas americanos para aprovar o T-MEC.