Estados Unidos e México realizam, nesta quinta-feira (9), o primeiro Diálogo Econômico de Alto Nível (DEAN) desde 2016, uma reunião a nível de gabinete com o objetivo de fomentar o desenvolvimento e o crescimento econômico mútuos, anunciaram os governos de ambos os países.

O encontro, que acontecerá presencialmente em Washington, foi decidido em março entre o presidente Joe Biden e seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que concordaram em retomar este encontro anual iniciado em 2013, mas que foi interrompido durante o governo de Donald Trump.

“O DEAN complementa e reforça toda a gama de questões de importância para a relação bilateral, incluindo a recuperação da pandemia de covid-19, a construção da resiliência climática, a abordagem das causas fundamentais da migração e a cooperação em questões de segurança”, disse a Casa Branca em um comunicado.

“México e Estados Unidos sãos amigos, sócios e aliados, e este diálogo fortalecerá ainda mais a integração produtiva que já existe entre nossas nações”, afirmou a chancelaria mexicana.

“O que os participantes farão é chegar a um acordo sobre as prioridades que definirão o futuro da cooperação econômica México-Estados Unidos”, disse um alto funcionário do governo Biden a repórteres, chamando o vizinho do sul “o parceiro econômico mais importante” de Washington.

Ambos os governos informaram que o Diálogo deste ano se concentrará em quatro pilares: reconstruir juntos; promover o desenvolvimento econômico e social sustentável no sul do México e na América Central; garantir as ferramentas para a prosperidade futura; e investir no povo.

A delegação americana é liderada pela vice-presidente Kamala Harris, e inclui os secretários de Estado, Antony Blinken; Comércio, Gina Raimondo; e Segurança Interna, Alejandro Mayorkas. Também comparecem a representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Katherine Tai; a administradora da agência para o desenvolvimento internacional USAID, Samantha Power e o embaixador dos EUA no México, Ken Salazar.

Pelo México, participam o chanceler Marcelo Ebrard, a secretária de Economia, Tatiana Clouthier; e os subsecretários da Fazenda, Gabriel Yorio; e Comércio Externo, Luz María de la Mora; assim como o encarregado da América do Norte na chancelaria, Roberto Velasco; e o embaixador mexicano nos Estados Unidos, Esteban Moctezuma.

O DEAN, lançado pelos ex-presidentes Barack Obama e Enrique Peña Nieto, busca avançar nas prioridades estratégicas econômicas e comerciais da relação bilateral.

O encontro acontece após a visita ao México, em junho, de Kamala Harris, com foco principalmente na migração ilegal.

“O que eu acho que ouvirão dela é um compromisso compartilhado para renovar a forte parceria entre os Estados Unidos e o México e que nossas economias e nossos povos estão interligados”, disse uma autoridade, que falou sob condição de anonimato.

Também proporcionará a oportunidade de “construir” o Acordo México-Estados Unidos Canadá (T-MEC), o acordo de livre comércio em vigor desde julho de 2020 para substituir o Nafta, e “institucionalizar uma relação econômica que está adormecida há quatro anos”, acrescentou.

E observou que o governo Biden-Harris trata a relação com o México “de forma construtiva e colaborativa”, ao invés de “ameaçar ou usar ações punitivas”.

Em 2019, Trump ameaçou aplicar tarifas às exportações mexicanas se o governo López Obrador não reduzisse o fluxo de migrantes para a fronteira com os Estados Unidos.