18/02/2023 - 16:48
Operações a até 15 metros de profundidade recuperaram grande parte do dispositivo, inclusive elementos eletrônicos. Biden exige elaboração de regras mais rigorosas sobre detecção e abate de objetos desconhecidos.Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (17/02) o fim das operações para recolher os destroços do balão chinês abatido sobre seu território, reforçando a ideia de tratar-se de um dispositivo de espionagem.
Segundo as autoridades, a Marinha, a Guarda Costeira e o FBI coligiram todos os destroços do balão no fundo do Oceano Atlântico, incluindo equipamentos “de eletrônica e óptica”. Em comunicado, o Comando Norte das Forças Armadas dos EUA informou que o resgate se encerrou na quinta-feira e que as peças finais estão a caminho do laboratório do FBI para análise, visando “exploração de contrainteligência”.
A Marinha conseguiu recolher restos que flutuavam na superfície do mar, enquanto mergulhadores e embarcações não tripuladas retiraram o restante do fundo do oceano. Grande parte do objeto encontrava-se a 15 metros de profundidade,
Em 4 de fevereiro, aviões de combate americanos abateram, na costa da Carolina do Sul, um misterioso balão de grande altitude, sob a conjetura de que fosse de um dispositivo de espionagem lançado pela China. Nos dias seguintes, três outros objetos suspeitos sobrevoaram o Alasca, o Canadá e o Lago Huron, entre este país e os EUA, sendo também abatidos.
Os militares estão convencidos que o balão abatido na Carolina do Sul era um dirigível de vigilância operado pela China, No caso de os três outros objetos voadores, contudo Washington admitiu serem provavelmente balões de propriedade civil.
China critica abate na Conferência de Munique
Neste sábado, segundo dia da Conferência de Segurança de Munique, o representante máximo da diplomacia chinesa, Wang Yi, classificou como “absurda e histérica” a decisão americana de abater o balão: “Isso é 100% abuso de força, é uma violação das regras internacionais”, comentou o ex-ministro do Exterior.
O presidente dos EUA, Joe Biden, instruiu o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, a liderar uma equipe, com a colaboração de diversas agências, a fim de estabelecer “regras mais rigorosas” para rastrear, monitorar e eventualmente abater objetos aéreos desconhecidos.
Enquanto isso, questões-chaves sobre o balão chinês permanecem sem resposta, incluindo o que pôde observar enquanto sobrevoava locais militares sensíveis nos Estados Unidos, e se foi capaz de transmitir dados para a China. Falta também esclarecer se Pequim manteve o balão sob controle quando ele se desviou de sua trajetória original.
Balões e outros objetos voadores não identificados foram avistados anteriormente sobre Guam, um centro estratégico para a Marinha e Força Aérea dos EUA no Pacífico Ocidental.
av (AP,AFP,Lusa,Reuters)