O Congresso americano deve tomar “passos decisivos” para suspender o  embargo comercial de meio século a Cuba, pediram nesta sexta-feira  governadores de nove estados agrícolas dos Estados Unidos em uma carta  aberta aos legisladores.

No documento de duas páginas, os governadores pedem às lideranças dos  partidos políticos no Senado e da Câmara de Representantes que deem  ”passos decisivos para apoiar as relações comerciais e pôr fim  definitivo ao embargo sobre Cuba”.

O setor agrícola tomou a iniciativa de estabelecer laços comerciais  com Cuba “mas uma relação comercial sustentável não pode se apoiar em  apenas um setor nem em transações de uma só via”, manifestaram os  governadores na carta com a data desta sexta.

A normativa do embargo impede os Estados Unidos de comercializar com  Cuba, alega o documento, e por isso “concorrentes estrangeiros como  Canadá, Brasil e União Europeia estão gradualmente conquistando o  mercado, já que esses países não encontram as mesmas restrições”.

Nesse contexto, desmontar o embargo abriria à agricultura dos EUA um  mercado de 11 milhões de pessoas “a apenas 90 milhas (144 km) de nossa  costa, ajudando a manter o impulso das exportações agrícolas de Estados  Unidos, que em 2014 chegara, a 152 bilhões de dólares.

“Chegou o momento de o Congresso agir e remover as restrições  financeiras, de viagens e outras que impedem o comércio e viagens  normais entre nossa nação e Cuba”, diz o documento.

A carta foi assinada pelos governadores de Califórnia, Minnesota,  Alabama, Idaho, Montana, Pensilvânia, Vermont, Virgínia e Washington,  todos estados com um poderoso setor agrícola, sobretudo os dois  primeiros.

Cuba e Estados Unidos retomaram em julho suas relações  diplomáticas,  rompidas há mais de meio século, e a Casa Branca já fez seguidos  pedidos ao Congresso solicitando o desmonte de toda a legislação em que  se baseia o embargo comercial e financeiro à ilha.

Desde janeiro deste ano, o governo do presidente Barack Obama emitiu  duas séries de decretos administrativos, a última em setembro, para  remover restrições administrativas ao comércio bilateral, à operação das  empresas americanas em Cuba e as viagens a esse país.

ahg/rsr/gm/cc/mvv