30/04/2021 - 19:20
Os Estados Unidos estão investigando novos ataques misteriosos contra autoridades americanas em todo o mundo, disseram nesta sexta-feira (30) parlamentares que confirmaram relatos da imprensa sobre o ressurgimento do que foi apelidado de “Síndrome de Havana”.
“Durante quase cinco anos, fomos informados de ataques misteriosos contra representantes do governo dos Estados Unidos em Havana, Cuba, assim como no resto do mundo”, afirmou o presidente do Comitê de Inteligência do Senado, o democrata Marl Warner, e seu vice, o republicano Marco Rubio.
“Esses tipos de ataques contra concidadãos que trabalham para o governo parecem estar aumentando”, acrescentaram, confirmando implicitamente as revelações da CNN sobre dois ataques em solo americano.
De acordo com a emissora americana, o governo está investigando em particular um incidente ocorrido em novembro passado, quando um funcionário do Conselho de Segurança Nacional se sentiu mal de repente enquanto caminhava por um parque perto da Casa Branca.
Em 2019, uma funcionária da sede do Executivo sofreu um desconforto semelhante ao passear com seu cachorro pelos subúrbios de Washington.
O Pentágono, a CIA e o FBI se recusaram a comentar esses incidentes e as investigações iniciadas desde então.
Mas de acordo com a CNN, que não identifica suas fontes, esses dois casos são considerados possíveis ataques acústicos do mesmo tipo dos quais adoeceram funcionários do consulado dos Estados Unidos em Cuba entre 2016 e 2018.
Os diplomatas em serviço em Havana, assim como seus parentes, sofreram de várias doenças: tonturas, problemas de equilíbrio e coordenação, movimentos oculares, ansiedade, irritabilidade e o que as vítimas descreveram como sendo “névoa cognitiva”.
Esses sintomas, classificados como “Síndrome de Havana”, levaram Washington a retirar a maior parte de seu pessoal diplomático de Cuba em 2017.
De acordo com um relatório da Academia de Ciências dos EUA, “a energia das ondas de rádio direcionadas” é a causa mais provável desses sintomas.
Warner e Rubio prometeram em seu comunicado “desmistificar” esses ataques.
“Já recebemos informações sobre esses ataques discapacitantes, muitos dos quais resultaram em casos confirmados de lesões cerebrais traumáticas”, explicaram, ao honrar o compromisso do diretor da CIA, William Burns, quanto à retomada nas investigações sobre a natureza das armas utilizadas nesses ataques.
“Acabaremos identificando os responsáveis por esses ataques contra cidadãos americanos e responsabilizando-os”, alertaram.