01/11/2020 - 11:33
A pandemia mudou e dominou a campanha eleitoral dos Estados Unidos desde março.
A seguir uma série de impactos do coronavírus na disputa pela Casa Branca:
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– Março: Biden confinado em casa –
Durante dois meses, o candidato democrata, Joe Biden, permanece confinado em sua casa em Delaware devido à pandemia e perde um de seus principais atributos: uma conexão pessoal com os eleitores.
O presidente republicano, Donald Trump, candidato à reeleição, ironiza o rival, que chama de “Joe Dorminhoco” e o acusa de ficar “escondido” no porão.
Biden responde que adota as precauções necessárias. A postura de Trump de minimizar a covid-19 será duramente criticada alguns meses depois e prejudicará sua campanha.
– Junho: comício em local fechado de Trump –
Com o objetivo de estimular sua campanha, Trump organiza um grande comício em Tulsa, Oklahoma, em 20 de junho.
Este foi o primeiro evento de campanha em local fechado desde o início da pandemia, algo amplamente criticado.
A detecção de seis casos positivos na equipe que organizava o evento na manhã do comício não modificou os planos.
Os participantes tiveram a temperatura medida e receberam máscaras, mas a maioria acompanhou o discurso com o rosto descoberto.
Semanas depois do comício, os contágios aumentam em Tulsa e as autoridades de saúde afirmam que “é mais que provável” que os grandes eventos tenham contribuído para a propagação.
– Agosto: convenções virtuais –
Em 20 de agosto, a Convenção Democrata de Milwaukee, Wisconsin, é reduzida para um evento de duas horas que inclui Zoom, videoclipes e discursos pré-gravados, sem os gritos e aplausos de milhares de participantes como em períodos normais.
Em 25 de agosto, com o desejo de ofuscar o oponente, Trump comparece à inauguração da Convenção Republicana de Charlotte, Carolina do Norte.
Mas depois de resistir por muito tempo a qualquer mudança nas convenções como grandes ocasiões festivas, Trump termina por aceitar um formado em grande parte virtual, com a exceção de sua aparição no dia da abertura.
– Setembro: 200.000 mortos –
Em 22 de setembro, o país supera a marca de 200.000 mortes provocadas pelo coronavírus.
“Devido às mentiras e incompetência de Donald Trump nos últimos seis meses, observamos uma das maiores perdas de vidas americanas da história”, acusou Biden.
Trump insiste que os Estados Unidos estão virando a página da pandemia e aposta que uma vacina será aprovada rapidamente.
– Outubro: Trump infectado –
No dia 1 de outubro, Trump anuncia que testou positivo para o coronavírus e paralisa uma campanha na qual já havia percorrido o país e reunido com milhares de simpatizantes, geralmente sem máscara.
Durante os nove dias de tratamento, quatro deles no hospital, Biden tem a chance de ganhar espaço e aproveita para visitar estados chaves.
A primeira-dama, Melania Trump, e Barron, filho do casal, também testam positivo.
Kamala Harris, candidata a vice de Biden, suspende brevemente sua campanha depois que um integrante de sua equipe testa positivo para o vírus.
Em 10 de outubro, Trump se declara imune à covid-19, apesar da falta de certeza científica sobre o tema.
Muitas pessoas vinculadas à Casa Branca, incluindo a porta-voz Kayleigh McEnany, contraem o coronavírus.
– Debate cancelado –
Após a doença de Trump, o segundo debate entre os candidatos, previsto para 15 de outubro, é cancelado depois que o presidente se nega a participar de um formato virtual.
O terceiro e último duelo verbal da campanha acontece, como planejado, em 22 de outubro.
– Pacote de ajuda econômica –
A pandemia provocou estragos em uma economia que avançava, tirando de Trump seu maior trunfo.
Em nove meses, Estados Unidos passam do pleno emprego para uma taxa de desemprego de 7,9% em setembro, com um pico de 14,7% em abril.
Com a aproximação das eleições, o Congresso não consegue alcançar um acordo para um quarto pacote de alívio tanto para as empresas como para os cidadãos.
Os indicadores mostram uma taxa de crescimento anual de 33,1% no terceiro trimestre, mas o dado expressivo reflete uma recuperação a partir de um nível tão baixo no trimestre anterior que os economistas advertem que os fatores subjacentes não permitem prever um cenário melhor.