22/09/2022 - 16:32
É possível reduzir a inflação nos Estados Unidos e ao mesmo tempo manter um mercado de trabalho saudável, avaliou nesta quinta-feira (22) a secretária do Tesouro americana, Janet Yellen.
“Penso que há um caminho nisto que pode ser bem sucedido para reduzir a inflação e, ao mesmo tempo, manter (…) um mercado de trabalho forte”, disse Yellen um dia depois de o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevar as taxas básicas de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez consecutiva.
“Espero, com muita confiança, que o Fed tenha êxito”.
Na quarta-feira, o Fed voltou a elevar sua taxa básica de juros visando a desacelerar a economia e combater a inflação, uma luta que seu presidente, Jerome Powell, advertiu que seria dolorosa para a economia.
No entanto, a escassez de trabalhadores no mercado americano, que se traduz em salários mais elevados, é uma das fontes inflacionárias que, provavelmente, exerce pressão.
“É trabalho do Fed (…) enfrentar os desequilíbrios da oferta e da demanda”, comentou Powell.
O Federal Reserve também atualizou nesta quarta as previsões econômicas, nas quais contempla mais aumentos de taxas e durante mais tempo do que tinha antecipado.
Espera-se que o nível de desemprego alcance uma média de 3,8% em 2022 (contra os 3,7% previstos anteriormente), e chegue a 4,4% em 2023 (a partir de 3,9%). Em agosto, a taxa de desemprego foi de 3,7%, uma das mais baixas em 50 anos.
Yellen admitiu que “é preciso aliviar a pressão do mercado de trabalho”, sem que isto implique em “que a taxa de desemprego (forçosamente) aumente tanto”.
“Ainda podemos ter um mercado de trabalho bom e sólido. Sem tanta pressão sobre os salários”, destacou.