21/10/2022 - 18:50
Os titulares da Defesa de Estados Unidos e Rússia conversaram pela primeira vez em meses nesta sexta-feira (21), mas o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que não vislumbra interesse por parte de Moscou de realizar conversas mais amplas para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, “enfatizou a importância de manter as linhas de comunicação abertas em meio à guerra em curso contra a Ucrânia” durante a conversa telefônica com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, assinalou o porta-voz do Pentágono e general de brigada, Pat Ryder.
Por sua vez, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou a conversa telefônica e disse que os dois falaram sobre Ucrânia, sem oferecer mais detalhes.
Os titulares de Defesa dos dois países tinham conversado pela última vez em 13 de maio, quando Austin pediu a Moscou que estabelecesse um “cessar-fogo imediato” na Ucrânia.
A Rússia não o fez e, desde então, as forças de Kiev recuperaram das mãos de Moscou porções de território no leste e no sul do país com o apoio dos Estados Unidos e de outras nações ocidentais, que enviaram bilhões de dólares em armas e equipamentos.
Austin também conversou com o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, “para reiterar o compromisso inquebrantável dos Estados Unidos de apoiar a capacidade da Ucrânia para contra-atacar a agressão da Rússia”, assinalou Ryder.
Blinken, por sua vez, adiantou que os Estados Unidos manterão seus contatos com a Rússia, mas acrescentou que uma diplomacia mais ampla depende do presidente Vladimir Putin mostrar interesse “em deter a agressão” contra o território ucraniano.
“Não vimos evidência disso neste momento. Pelo contrário, vemos a Rússia duplicando e triplicando sua agressão”, disse Blinken em uma entrevista coletiva conjunta com a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna.
Nesse sentido, o funcionário americano mencionou os ataques recentes da Rússia contra usinas de energia e outras infraestruturas civis na Ucrânia, assim como a mobilização parcial de tropas, que considerou “horrível”, pois se trata de “bucha de canhão que Putin está tentando jogar na guerra”.
“A diferença fundamental é que os ucranianos estão lutando por seu país, sua terra, seu futuro. E a Rússia não. Quanto mais cedo o presidente Putin entender isso e chegar a essa conclusão, mais cedo poderemos acabar com esta guerra”, declarou Blinken.
A última vez em que o secretário de Estado americano se reuniu com o chanceler russo Sergei Lavrov foi em janeiro deste ano, para advertir sobre as consequências de uma invasão à Ucrânia, que Moscou acabou realizando um mês depois.
Desde então, Blinken tem recusado os encontros com Lavrov, mas falou com ele por telefone em julho, em uma tentativa para libertar cidadãos americanos presos na Rússia.
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