23/09/2020 - 16:03
O Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (23) sanções contra empresas e indivíduos ligados a um magnata russo próximo ao presidente Vladimir Putin e aos serviços de segurança de Moscou.
Oito pessoas e sete entidades ligadas a Yevgeniy Prigozhin e ao Serviço Federal de Segurança Russo (FSB) foram alvo das medidas. Segundo o Tesouro, a entidade revisará as atividades do magnata na República Centro-Africana assim como as do FSB, acusado de interferir na campanha eleitoral americana.
Prigozhin está na mira de Washington, que o sancionou em 2018 e 2019 após vinculá-lo ao mercenário Grupo Wagner, acusado de intervir na guerra civil da Líbia e apoiar o ditador deposto do Sudão.
Os EUA também alegam que o magnata supostamente financia a Agência de Investigação da Internet, uma misteriosa “fazenda de trolls” em São Petersburgo, à qual se atribui a manipulação virtual em apoio à candidatura de Donald Trump nas eleições de 2016.
“Yevgeniy Prigozhin tem uma rede internacional de apoiadores para espalhar sua perversa influência política e econômica pelo mundo”, afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado.
“Os Estados Unidos continuarão a buscar a capacidade do Prigozhin de operar globalmente”, acrescentou.
As sanções afetam duas mineradoras e três funcionários ligados a Prigozhin na República Centro-Africana, um país que vive um conflito armado desde o golpe contra o presidente, François Bozize, ocorrido em 2012.
Washington também sancionou o FSB e uma outra empresa russa de tecnologia subaquática, juntamente com três dos seus funcionários, por cooperarem com o serviço de segurança russo.
Uma empresa de transporte de carga sediada na Finlândia e seu proprietário, assim como três outras empresas, também foram alvo das medidas punitivas por ajudar o FSB a escapar das sanções americanas.
Os Estados Unidos buscam “responsabilizar o governo russo pelo uso de agentes proxy e organizações de inteligência, incluindo o FSB, para perpetrar uma série de atividades desestabilizadoras, como atividades cibernéticas maliciosas para interferir nas eleições”, ressaltou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.