O governo americano de Joe Biden informou nesta sexta-feira (2) que suspendeu as sanções impostas pela administração do ex-presidente Donald Trump à procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI), com vistas a uma relação mais colaborativa.

O ex-secretário de Estado Mike Pompeo impôs sanções e recusou vistos para a procuradora em fim de mandato do TPI, Fatou Bensouda, depois que ela deu início a uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos por pessoal militar americano no Afeganistão.

O tribunal, com sede em Haia, irritou ainda mais os Estados Unidos ao abrir uma investigação sobre supostos crimes de guerra em territórios palestinos cometidos por Israel, aliado americano que rejeita a autoridade do TPI.

o sucessor de Pompeu, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos continuam “em total desacordo” com as ações tomadas pelo TPI.

“Acreditamos, no entanto, que nossas preocupações sobre estes casos seriam melhor abordadas mediante a participação de todas as partes interessadas no processo do TPI ao invés de por meio da imposição de sanções”, disse Blinken em um comunicado.

Ele destacou que foram revogadas tanto as sanções contra Bensouda e o chefe da Divisão de Jurisdição, Complementaridade e Cooperação da Procuradoria, Phakiso Mochochoko, impostas em setembro de 2020, assim como várias restrições de vistos decididas em 2019 contra membros do tribunal.

A procuradora, nascida em Gâmbia, deixará o cargo em junho e será substituída pelo advogado britânico especializado em direitos humanos Karim Khan.

Os Estados Unidos assinaram, mas não ratificaram, o Tratado de Roma de 1998, que criou o TPI.