Um clima de euforia tomou Buenos Aires nesta segunda-feira após a vitória de “O segredo dos seus olhos” como Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, um prêmio que a Argentina leva pela segunda vez.

“Isto entra definitivamente para a história. As pessoas se sentem vencedoras, por isso há tanta alegria na Argentina”, disse nesta segunda-feira a uma rede de televisão em Buenos Aires, Guillermo Francella, um dos protagonistas, ao se referir à popularidade do filme, visto por 2,5 milhões de pessoas.

A transmissão da entrega do Oscar conquistou a maior audiência do domingo na Argentina, apesar de já passar da meia-noite quando foi anunciado o prêmio e em um dia em que o futebol monopoliza a audiência, segundo um site especializado.

“Estamos felizes porque ganhamos com ‘O segredo dos seus olhos’, um filme fantástico que vi duas vezes e que me impactou”, dise a presidente Cristina Kirchner em uma cerimônia ao lado do ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, que realiza uma visita oficial ao país.

A presidente do Instituto Nacional do Cinema, Liliana Mazuri, considerou que o prêmio “abre as portas para que investidores e co-produtores olhem para o cinema argentino”.

“O talento de Campanella e o imenso êxito de público na Argentina nos indicavam que (o filme) poderia ganhar o Oscar”, acrescentou a presidente.

Os canais de televisão repetem constantemente o momento em que o diretor Juan José Campanella levantou a estatueta entregue por seus colegas Quentin Tarantino e Pedro Almodóvar.

Os jornais publicaram uma segunda edição com a notícia do prêmio dado ao filme, um suspense policial ambientado na década de 70, e protagonizado por Soledad Villamil e Ricardo Darín.

“Foi realmente milagroso, porque os filmes com os quais competiu eram excelentes”, disse Darín em uma coletiva de imprensa realizada na madrugada após o Oscar em um hotel do centro de Buenos Aires.

É a segunda vez que uma produção argentina ganha a estatueta. O primeiro vencedor foi “A história oficial”, de Luis Puenzo, em 1986.

Campanella, indicado em 2002 por “O filho da noiva”, também com Darín como protagonista, agradeceu à Academia e à toda a equipe de “produção que fez com que o filme se tornasse possível”.

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