O euro continuou a cair em relação ao dólar, nesta quarta-feira (6), atingindo um novo piso em 20 anos, devido aos crescentes temores de uma recessão das principais economias do Velho Continente em um contexto de forte inflação.

Às 11h15 GMT (8h15 em Brasília), o euro perdia 0,77%, até US$ 1,0188, após ter caído para US$ 1,0187, seu nível mais baixo desde dezembro de 2002.

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O euro caiu “sob o efeito combinado dos temores de recessão na Europa e das turbulências financeiras alimentadas por um novo aumento dos preços de energia na região (sobretudo, gás e eletricidade)”, explicou Guillaume Dejean, analista da Western Union.

“Há boas razões para acreditar que a Rússia continuará reduzindo suas exportações de gás para a Europa”, o que aumenta o risco de uma crise do gás e torna o euro pouco atrativo, disse Ulrich Leuchtmann, analista do Commerzbank.

O dólar se vê mais impulsionado por uma política monetária mais agressiva por parte do Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed, o Banco Central americano).

A moeda única europeia “é tão pouco atraente que nem mesmo uma crise política importante permitirá que o euro suba em relação à libra esterlina”, comentou Kit Juckes, analista do Société Générale.

A libra esterlina subiu 0,27% em relação ao dólar, apesar da incerteza sobre o futuro do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, após uma série de renúncias em seu governo.