LONDRES (Reuters) – O ex-chefe comercial da Fórmula 1 Bernie Ecclestone foi acusado de fraude por não declarar mais de 400 milhões de libras (477 milhões de dólares) em ativos no exterior à autoridade fiscal britânica, disseram promotores nesta segunda-feira.

A promotoria informou que Ecclestone, de 91 anos, enfrenta uma acusação de fraude por falsa representação.

“Isso segue uma investigação criminal complexa e mundial pelo Serviço de Investigação de Fraudes do HMRC”, disse Simon York, diretor do Serviço de Investigação de Fraudes da Receita e Alfândega de Sua Majestade (HMRC).

+ Não deem plataforma para as vozes negativas e velhas da Fórmula 1, diz Hamilton

A primeira audiência em seu caso deve ser realizada em 22 de agosto no tribunal de Westminster, em Londres.

Contatado pela Reuters em Ibiza, Ecclestone disse que ainda não conhecia os detalhes.

“Eu não vi isso, então não sei, então não posso comentar”, afirmou ele quando a nota foi lida para ele.

“É algo que foi falado, mas não da maneira que você disse, algo um pouco diferente disso, um tempo atrás”, disse. “Eles provavelmente ficaram todos empolgados de novo. Vamos ver o que acontece.”

Em 2015, Ecclestone enfrentou uma demanda do HMRC para pagamento de mais de 1 bilhão de libras (1,19 bilhão de dólares) em relação a um fundo familiar.

Ele disse à época que o HMRC não respeitou um acordo feito em 2008 sobre o “Bambino Trust”, criado em benefício de sua ex-mulher Slavica e filhas Tamara e Petra, e que estava tomando medidas legais.

O britânico foi destituído do cargo de chefe comercial da Fórmula 1 em 2017, quando a norte-americana Liberty Media assumiu os direitos comerciais do esporte.

Ele mantém um escritório em Londres, mas agora passa a maior parte do tempo no exterior, com residências na Suíça e Ibiza, além de uma fazenda no Brasil.