12/06/2019 - 18:37
O ex-corregedor da Secretaria de Estado da Fazenda e do Planejamento de São Paulo Marcus Vinícius Vannucchi abriu espontaneamente seu sigilo bancário e fiscal há dois anos para o Ministério Público. Ele autorizou acesso a seus dados no âmbito de um inquérito civil da Promotoria. As informações foram dadas pelos advogados Paulo Esteves e Salo Kibrit, que defendem o ex-corregedor.
“Vannucchi já estava sendo investigado em inquérito civil promovido pelo próprio Ministério Público Estadual, há aproximadamente dois anos, quando concordou com o pedido de quebra de sigilo fiscal e bancário”, afirmam os advogados.
Vannucchi foi preso na quinta-feira, 6, por suspeita de cobrar propinas de fiscais investigados pela Corregedoria da Fazenda e de ter construído patrimônio de 65 imóveis com recursos de origem ilícita.
Na sexta-feira, 7, promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Gedec), braço do Ministério Público Estadual, e a Polícia Civil apreenderam US$ 180.302 e 1.300 euros em uma sala secreta na residência da ex-mulher de Vannucchi, Olinda, no município de Itatiba, a 73 quilômetros de São Paulo.
Olinda foi autuada em flagrante por suposta lavagem de dinheiro. A Justiça decretou sua prisão preventiva.
Na segunda-feira, 10, o juiz criminal Pedro Luiz Fernandes Nery Rafael prorrogou a prisão temporária de Vannucchi por mais cinco dias.
Segundo os advogados Paulo Esteves e Salo Kibrit, “todos os fatos agora apurados não são novos”.
“O patrimônio de Marcus Vinícius Vannucchi e de todos os citados no inquérito têm origem lícita e estão declarados perante o Fisco federal”, afirma a defesa.
Os advogados vão impetrar habeas corpus pela liberdade da ex-mulher de Vannucchi. E seguirão o mesmo caminho se a prisão do ex-corregedor for convertida em regime preventivo.