A corrida pela Prefeitura de São Paulo em 2024 tem uma nova pré-candidata: a economista Marina Helena Santos, ex-diretora de Desestatização do Ministério da Economia na gestão de Paulo Guedes. O Novo, ao qual é filiada, anunciou a pré-candidatura dela nesta segunda-feira, 30.

Ex-secretária-geral do Diretório Nacional do Novo, ela disputou o mandato de deputada federal em 2022 e ficou como suplente. Nas eleições passadas, a economista declarou um patrimônio de R$ 8,6 milhões. Ela tem 43 anos e 20 de experiência em “setor privado, setor público e terceiro setor”, diz o partido.

Marina Helena é mestre pela UnB, montou o plano de governo do Novo para as eleições municipais de 2020 – quando Filipe Sabará foi o candidato da sigla – e foi CEO do Instituto Millenium, entidade liberal fundada por Guedes. Antes da carreira política, ela trabalhou no mercado financeiro e em bancos.

Com Marina, agora São Paulo tem seis pré-candidatos para 2024. Marina Helena e Tabata Amaral (PSB) são as únicas mulheres. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tentará a reeleição. Também já tem o nome colocado para a disputa o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro e senador Marcos Pontes (PL), e o também deputado Kim Kataguiri (União Brasil).

Ricardo Salles se retirou da disputa e, recentemente, disse que pode disputar a Prefeitura de São Paulo mesmo que tenha que sair do PL.

Marina Helena disputará o eleitorado da direita. Na nota divulgada pelo partido para anunciar a pré-candidatura, a economista diz que a segurança pública será o principal tema da sua campanha. “Chega de São Paulo ser dirigida pela esquerda”, afirmou.

“O índice de roubo de celulares está altíssimo, o problema da Cracolândia é gravíssimo, não podemos fechar os olhos para isso. O atual prefeito prefere usar o orçamento para fazer asfalto a investir em segurança pública. Nós, de direita, não passamos pano para bandido”, disse a pré-candidata.

Marina Helena afirma que aos 13 anos fugiu de casa, no Maranhão, por ter sido vítima de um abuso e que seguiu para São Paulo em busca “de uma vida melhor”. “Desde cedo estudei e trabalhei muito para sustentar minha mãe e três irmãos. Tive que ralar muito para chegar até aqui.”

Apoio a Bolsonaro e críticas a Lula

Nas redes sociais de Marina Helena há elogios ao libertário Javier Milei, que disputa a presidência da Argentina contra o governista Sergio Massa, e críticas a Lula, aos privilégios do Poder Judiciário e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Nas eleições de 2022, a economista declarou voto no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.

No dia 28 de setembro, ela parabenizou o Senado Federal por ter aprovado o projeto de lei do marco temporal da demarcação das terras indígenas, contrariando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a tese é inconstitucional. “Em defesa ao fim do ativismo legislativo do STF, a oposição obstruiu as votações no Congresso e o Senado aprovou o marco temporal”, escreveu a economista.

Nas eleições presidenciais passadas, ela criticou o “ativismo político” e a “censura prévia” do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que suspendeu a exibição de um filme, às vésperas do primeiro turno, sobre a facada que Bolsonaro levou em Juiz de Fora. O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral Eleitoral, entendeu, na época, que o gesto era um investimento privado indireto na campanha do ex-presidente.

No vídeo, Marina Helena também criticou o direito de resposta que Lula obteve nos programas de Bolsonaro. “Pode chamar o Bolsonaro de genocida e não pode chamar o Lula de ladrão?”, questionou a economista.

Ainda em 2022, ela criticou João Amoêdo e disse que o Novo errou ao não tê-lo expulsado antes, “depois de tantos precedentes”. Um dos fundadores do partido, Amoêdo declarou voto em Lula no segundo turno das eleições passadas.