30/03/2023 - 11:43
O ex-presidente taiwanês Ma Ying-jeou pediu, nesta quinta-feira (30), que as trocas com a China sejam mantidas, durante uma reunião com um funcionário de alto escalão como parte de uma polêmica visita ao gigante asiático.
A visita de Ma é a primeira à China de um ex, ou atual, líder taiwanês desde que os dois territórios se separaram, de fato, em 1949. O partido da situação de Taiwan considerou sua viagem “lamentável”.
“As pessoas de ambas as margens do estreito pertencem à mesma nação chinesa e são descendentes do povo chinês”, disse Ma, em um comunicado.
“As duas margens do Estreito de Taiwan devem manter seus intercâmbios, trabalhar juntas, fazer todo o possível para evitar guerras e conflitos e se esforçar para revitalizar a China”, acrescentou.
China e Taiwan estão separados desde o fim da guerra civil em 1949, quando as forças comunistas de Mao Tsé-tung expulsaram os nacionalistas do Kuomintang (KMT) do continente, e eles se refugiaram em Taiwan.
Pequim considera a ilha como parte de seu território e não descarta o uso da força para retomá-la.
Ma, de 72 anos, um ex-líder do KMT, encontrou-se com o diretor do Escritório de Assuntos de Taiwan da China, Song Tao, e pediu-lhe que transmitisse seus cumprimentos ao presidente chinês, Xi Jinping.
Durante o governo de Ma (2008-2016), houve uma visível melhora nas relações bilaterais, que culminou em uma cúpula entre ele e Xi, em 2015, em Singapura.
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, está em uma viagem de dez dias ao exterior, o que gerou ameaças de represália por parte da China.
Depois de Nova York, aonde chegou na quarta-feira (29), Tsai continuará sua viagem pela América Central para se reunir com seu homólogo da Guatemala, Alejandro Giammattei, e com o primeiro-ministro de Belize, John Briceño.
Belize e Guatemala estão entre os últimos 13 países a reconhecer Taipei oficialmente, depois que Honduras rompeu suas relações com a ilha no domingo (26) e reconheceu a China.
O Partido Democrático Progressista (DPP), de Tsai, tem sido muito mais cauteloso do que o KMT no desenvolvimento de laços mais estreitos com Pequim.
“Deveríamos estar mais unidos (…) mas é lamentável que o KMT apoie os comunistas chineses, e o ex-presidente Ma ignore a desaprovação pública e visite a China neste momento”, declarou o DPP, em um comunicado divulgado na segunda-feira (27).
Taiwan realizará eleições presidenciais no próximo ano. KMT e DPP lideram a disputa.