17/08/2018 - 8:00
A Polícia Civil do Rio concluiu que a corretora de imóveis Karina Garofalo, de 44 anos, assassinada anteontem na Barra da Tijuca, zona oeste carioca, foi morta a mando do ex-marido, Pedro Paulo Barros Júnior, de 47 anos. Ela voltava para casa ao lado do filho de 13 anos, após almoçar em um shopping, quando um homem encapuzado e armado atirou e fugiu em um carro. O crime, segundo a Polícia, foi cometido por um primo de Pereira Júnior, Paulo Maurício Barros Pereira.
Os dois suspeitos tiveram a prisão temporária, por 30 dias, decretada ontem pela Justiça. Até o início da noite, não havia informação sobre as prisões. Policiais passaram o dia nas ruas, tentando prender a dupla.
A Delegacia de Homicídios (DH) do Rio chegou aos suspeitos com base em uma trilha de indícios que deixaram, como as imagens de câmeras de segurança. Um vídeo registrou Barros Pereira, sem máscara, no centro de compras, ao volante do carro usado para o crime. Pela filmagem, o menino o reconheceu. O veículo foi alugado por Barros Pereira em seu nome. Uma moto filmada no mesmo lugar, com um homem de capacete, é do ex-marido.
Segundo a polícia, Pereira Júnior e a mulher, pais do garoto, tiveram separação litigiosa e disputavam na Justiça patrimônio de R$ 3 milhões. Além disso, o ex-marido tinha ciúmes de Karina, que, separada, se relacionava com outro homem. Segundo policiais, a mulher morava com o novo companheiro havia quatro meses, e parecia feliz. Isso teria irritado o ex-marido, inconformado com a separação.
“A felicidade da mulher pode ter provocado a ira do ex-marido. O crime guarda todos os qualificadores de um feminicídio, e as investigações apontam pelo menos para um homicídio triplamente qualificado, por ser mulher, motivo torpe e sem possibilidade de defesa”, disse o delegado André Barbosa, da DH. Segundo ele, embora o casal tenha tido intensas discussões recentemente, as desavenças nunca haviam chegado à polícia.
Conforme Barbosa, o adolescente que presenciou o crime, ao ver imagens da execução, reconheceu o primo e a moto do pai. No depoimento, que o delegado classificou como “assustador”, o menino afirmou que “papai mandou matar mamãe”.
Crime. Na tarde de anteontem, Pereira Júnior e o primo esperaram a vítima se aproximar do prédio em que morava. O primo teria se aproximado de Karina a pé, com capuz no rosto. Atirou quatro vezes – a cena foi registrada por câmeras -, entrou em um Renault Logan preto e fugiu. Ela morreu imediatamente. A arma, com silenciador, foi achada ontem em uma sacola, em um terreno baldio perto do local do homicídio.
Após o crime, o carro foi abandonado na frente do condomínio onde mora a ex-mulher do namorado de Karina. Foi uma tentativa de enganar a polícia, envolvendo essa ex-mulher no crime, aponta a investigação.
A polícia apura se houve participação de um terceiro, mas ainda na madrugada de ontem pediu a prisão do ex-marido e de seu primo. O Portal dos Procurados oferece recompensa de R$ 1 mil por informações que ajudem na prisão.
O autor dos disparos já foi acusado por outro homicídio. O Estado não conseguiu localizar ontem a defesa dos dois. Além do adolescente que testemunhou o crime, a vítima tinha uma filha de 18 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.