08/10/2020 - 11:44
Mais um caso de racismo foi registrado nos Estados Unidos, agora envolvendo um executivo da marca de roupas Versace. Ele alega que estava andando em Beverly Hills e foi detido por ser negro, enquanto a polícia afirma que ele desrespeitou faixas de pedestres e estava fora da calçada, o que os americanos chamam de “jaywalking”.
O caso foi gravado por uma câmera acoplada ao uniforme de um dos policiais na quinta-feira da semana passada (1) e mostra a abordagem policial contra Salehe Bembury, vice-presidente da área de calçados masculinos da Versace.
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No vídeo, Bembury é questionado por que estava fora da área reservada aos transeuntes e responde que de fato ultrapassou os limites dos pedestres, mas estava consultando o GPS para saber qual caminho seguir. Um dos oficiais pede sua identidade e que deixe os braços atrás das costas para uma revista policial. Ele também foi questionado se carregava alguma arma e diz que não possui.
O executivo da Versace indica que o tênis que está na sacola que carrega foi desenhado por ele e, em seguida, pede para gravar um vídeo em seu celular. Ele diz que foi abordado por estar “comprando” na loja onde trabalha e por ser negro, enquanto um dos policiais responde que ele está “fazendo uma narrativa completamente diferente”.
Salehe foi liberado com um aviso após a detenção. “O Sr. Bembury admitiu a violação de pedestres e disse aos policiais que estava olhando para o GPS em seu telefone para determinar para onde estava indo”, disse o Departamento de Polícia de Beverly Hills em um comunicado.
Dona da Versace, Donatella Versace republicou o vídeo de Salehe em seu perfil no Instagram e se disse “chocada” com a abordagem policial. “Ele é consultor da Versace há muito tempo e o comportamento que experimentou é totalmente inaceitável. Ele foi parado na rua apenas pela cor da pele. Fique firme @salehebembury. Mandando amor e apoio”, afirmou Donatella.
Segundo a CNN, o Departamento de Polícia de Beverly Hills negou que proteja a comunidade “com base na raça” e que divulgou na integra o vídeo com a abordagem, que teria durado pouco mais de 3 minutos, como forma de manter a transparência.