27/03/2022 - 0:49
A junta de Mianmar disse no domingo (27) que “aniquilará” seus oponentes, um anúncio feito pelo chefe do Exército durante um desfile militar que coincide com a data da repressão mais sangrenta aos opositores do golpe de 2021.
Este país do sudeste asiático vive um caos desde o golpe de fevereiro de 2021 que derrubou o governo de Aung San Suu Kyi e deixou mais de 1.700 mortos em uma repressão a dissidentes, segundo um grupo de monitoramento local.
Antes de presidir um desfile de tanques, mísseis, artilharia e soldados a cavalo, o chefe do Exército, Min Aung Hlaing, disse a cerca de 8.000 oficiais que a junta não desistirá.
Os militares “não vão negociar mais (…) e vão aniquilar até o fim” os grupos que buscam derrubar seu governo, disse antes do desfile do Dia das Forças Armadas na capital política do país, Naypyidaw, construída pelos militares.
Milícias de oposição da “Força de Defesa Popular” entram em confronto regularmente com as tropas da junta governante, e alguns analistas dizem que os militares não tem conseguido responder de forma eficaz.
Também enfrenta resistência de milícias étnicas mais estruturadas na fronteira com a Tailândia e a China.
Aviões militares cruzaram o céu deixando rastros nas cores amarela, vermelha e verde da bandeira nacional, e a televisão estatal mostrou mulheres fazendo fila para entregar flores e guirlandas aos soldados.
Enquanto isso, em Rangoon, capital econômica do país, manifestantes anti-golpe lançaram sinalizadores e gritaram contra os militares, segundo imagens postadas nas redes sociais.
Outros opositores lançaram um apelo para desligar as luzes das casas em uma “greve de eletricidade” na noite de domingo.
No ano passado, as tropas reprimiram brutalmente os manifestantes em um protesto contra o golpe militar ocorrido em 1º de fevereiro de 2021, deixando mais de 160 mortos, segundo um grupo de monitoramento local, provocando uma onda de condenações em todo o mundo.