01/12/2021 - 15:57
As forças pró-governo da Etiópia recuperaram a cidade de Lalibela, classificada pela Unesco em sua lista de patrimônio mundial, que foi conquistada pelos rebeldes da região etíope do Tigré e está imersa em conflitos, anunciou o governo nesta quarta-feira (1º).
As forças pró-governo “tomaram a cidade histórica de Lalibela e o aeroporto internacional de Lalibela”, anunciou o serviço de imprensa do governo em um comunicado.
Lalibela é uma cidade conhecida pelas suas igrejas talhadas na rocha e classificada pela Unesco como patrimônio mundial, na região vizinha de Amhara.
O comunicado afirma que as forças pró-governo “também caminham para a cidade de Sekota” na região de Amhara, no norte da Etiópia.
Mais cedo nesta quarta-feira, as autoridades etíopes afirmaram que as forças pró-governo recuperaram a cidade de Shewa Robit, a cerca de 220 quilômetros da capital Addis Abeba, uma semana após os rebeldes do Tigré reivindicarem o controle.
Forças pró-governo e rebeldes da Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF) se enfrentam há mais de um ano no norte da Etiópia.
Em junho, os rebeldes tomaram a maior parte do Tigré, depois avançaram para as regiões vizinhas de Afar e Amhara, onde afirmaram no início de novembro terem tomado as cidades de Dessie e Kombolcha, ponto de cruzamento estratégico que leva à capital.
Os combates ocorrem atualmente em três frentes, incluindo uma perto de Debre Sina.
Os temores de uma marcha de rebeldes para Addis Abeba levaram vários países – entre eles Estados Unidos, França e Reino Unido – a pedirem aos seus cidadãos para abandonarem a Etiópia.
O conflito começou em novembro de 2020 depois que o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou o exército para a região do Tigré para destituir as autoridades locais, surgidas da TPLF, que desafiavam sua autoridade e a quem acusava de ter atacado bases militares.
Em cerca de 13 meses, a guerra deixa vários milhares de mortos, mais de dois milhões de deslocados e levou centenas de milhares de pessoas a condições que beiram a fome, segundo a ONU.