Por Thiam Ndiaga

OUAGADOUGOU (Reuters) – O Exército de Burkina Faso afirmou nesta segunda-feira que derrubou o presidente Roch Kabore, suspendeu a Constituição, dissolveu o governo e a Assembleia Nacional e fechou as fronteiras do país.

O anúncio citou a deterioração da situação de segurança e o que o Exército descreveu como a incapacidade de Kabore de unir o país da África Ocidental e responder efetivamente aos desafios, que incluem uma insurgência islâmica.

Assinado pelo tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba e lido por outro oficial na televisão estatal, o anúncio dizia que a tomada do poder foi realizada sem violência e que os detidos estavam em local seguro.

A declaração foi feita em nome de uma entidade chamada Movimento Patriótico para Salvaguarda e Restauração, ou MPSR, sua sigla em francês.

“O MPSR, que inclui todas as seções do Exército, decidiu encerrar o cargo do presidente Kabore hoje”, afirmou.

O paradeiro de Kabore era desconhecido na segunda-feira, com relatos conflitantes de sua situação.

Golpes militares derrubaram governos nos últimos 18 meses no Mali e na Guiné. Os militares também assumiram o poder no Chade no ano passado, depois que o presidente Idriss Deby morreu lutando contra os rebeldes no norte do país.

Burkina Faso, um dos países mais pobres da África Ocidental, apesar de ser um produtor de ouro, sofreu vários golpes desde a independência da França em 1960.

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