30/01/2021 - 11:20
O exército birmanês garantiu neste sábado(30) que vai respeitar a Constituição, contrariando as declarações do seu comandante-chefe que sugeriam um golpe.
“Tatmadaw (o nome oficial das forças armadas birmanesas) respeita a Constituição atual … e respeitará a lei ao defendê-la”, disse o exército em um comunicado neste sábado explicando que seu comandante-chefe foi mal interpretado.
“As organizações e a mídia interpretaram mal o discurso do comandante-em-chefe e o formularam do seu ponto de vista”, acrescentou o exército birmanês.
Há várias semanas, o poderoso exército birmanês denuncia inúmeras irregularidades nas eleições legislativas de novembro, massivamente vencidas pela Liga Nacional para a Democracia (NLD) liderada por Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz de 1991.
As tensões aumentaram na terça-feira, quando um porta-voz do exército não descartou a possibilidade de um golpe.
No dia seguinte, o general Min Aung Hlaing, chefe do exército – provavelmente a pessoa mais poderosa do país – declarou que a abolição da Constituição de 2008 pode ser “necessária” em certas circunstâncias.
Seus comentários – traduzidos para o inglês e publicados no jornal do exército Myawady – causaram um grande choque na democracia nascente.
A última dissolução da constituição birmanesa remonta a 1988, quando o exército restabeleceu uma junta no poder após um levante popular.