O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira publica a exoneração, “a pedido”, de Fábio Kanczuk da Diretoria de Política Econômica do Banco Central do Brasil. A saída de Kanczuk foi anunciada pelo BC em novembro. Na ocasião, o órgão indicou Diogo Abry Guillen, economista-chefe da Itaú Asset Management e professor vinculado ao Insper, para substituir Kanczuk. Guillen, no entanto, ainda precisa ter o nome aprovado pelo Senado, que ainda não marcou a data para sabatina do economista e votação da indicação.

Kanczuk estava no BC desde outubro de 2019. De setembro de 2016 a outubro de 2018, ele foi secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, e depois assumiu o cargo de representante do Brasil junto ao Banco Mundial. Ele é bacharel em Engenharia pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e Ph.D. em Economia pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (EUA).

Pela lei de autonomia do BC, Kanczuk poderia ter o mandato renovado por mais um ciclo. No entanto, ele manifestou desejo de deixar o cargo.

No último dia 16, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já havia confirmado que Kanczuk iria mesmo deixar o órgão na data do fim de seu mandato, neste dia 31 de dezembro, embora seu substituto, Diogo Guillen, ainda não tenha sido sabatinado.

Já o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, João Manoel Pinho de Mello, que também deixará o órgão, fica até a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 1º e 2 de fevereiro. O mandato de Pinho de Mello também terminaria neste 31 de dezembro. “Devido à janela de tempo para sabatina, teremos um integrante a menos no próximo Copom”, disse Campos Neto.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, responsável pelas sabatinas, só deve voltar a se reunir lodo depois do fim do recesso parlamentar, previsto para o dia 2 de fevereiro, exatamente na data da reunião do Copom.

A sabatina de Guillen e do substituto de Pinho de Mello, o economista Renato Dias Gomes, chegou a ser marcada para o último dia 14, mas foi adiada pelo presidente da comissão, senador Otto Alencar (PSD-BA), após informação de que Guillen era genro do banqueiro Fabio Colletti Barbosa, membro independente do conselho do Itaú Unibanco.

A diretoria colegiada do BC é composta pelo presidente Roberto Campos Neto e mais oito diretores.