Mesmo antes da confirmação do primeiro caso, nesta sexta-feira, 16, de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, as exportações gaúchas de carne de frango para a China já estavam suspensas desde julho de 2024. O motivo foram focos da doença de Newcastle detectados em plantéis de aves gaúchos.

O Rio Grande do Sul enfrenta, desde então, restrições severas no comércio internacional de carne de frango. Desde o segundo semestre de 2024, a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) manteve o Estado fora da lista de regiões autorizadas a exportar a proteína da ave ao país, em decorrência do foco de Newcastle detectado em Anta Gorda (RS).

Apesar de o foco ter sido encerrado oficialmente no fim de julho, oito frigoríficos gaúchos seguem impossibilitados de acessar o mercado chinês, o principal destino da carne de frango brasileira. Estão entre as empresas afetadas unidades da BRF, da JBS, da Aurora, da Languiru, da Minuano e da Agrosul.

Agora, após o foco de gripe aviária em Montenegro (RS), o Rio Grande do Sul está vedado de exportar carne de frango não só para a China (que, aliás, suspendeu por 60 dias os embarques de todo o Brasil), mas para qualquer outro país, por pelo menos 60 dias, disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, seguindo, segundo ele, protocolos sanitários internacionais.

Neste cenário, o setor avícola do Rio Grande do Sul vê a pressão aumentar. Ainda que os embarques anteriores ao dia 15 de maio estejam mantidos, como reforçou Fávaro, o Estado permanece duplamente impedido de acessar o mercado chinês e, por ora, outros destinos.