08/12/2019 - 14:55
As exportações da China registraram queda em novembro, pelo quarto mês consecutivo, e sem um horizonte de melhora, devido à guerra comercial com os Estados Unidos e à interminável espera para se alcançar um acordo bilateral.
O excedente chinês em relação aos Estados Unidos teve uma queda significativa (-6,9%), passando de US$ 26,42 bilhões para US$ 24,61 bilhões em um mês, de acordo com números divulgados pelas autoridades chinesas neste domingo (8).
Esta última notícia deve soar bem aos ouvidos do presidente americano, Donald Trump, que iniciou uma guerra comercial com Pequim em 2018, à base da imposição de tarifas. Trump afirma que seu objetivo é, principalmente, reequilibrar o comércio bilateral.
As vendas da China no exterior em geral retrocederam 1,1% no mês passado em um ano, após um recuo de 0,9% em outubro, em um contexto de menor demanda mundial.
Trata-se de uma surpresa relativa, já que os especialistas entrevistados pela agência Bloomberg esperavam um aumento das exportações (+0,8%).
As importações chinesas passaram, por sua vez, para o outro lado da balança (+0,3%) após seis longos meses de queda. Também aqui, os analistas esperavam a tendência contrária, prevendo um recuo de 1,4%.
“Estes números são um pouco surpreendentes”, comentou Zhou Hao, economista do Commerzbank em Singapura, citado pela Bloomberg.
“A situação ainda pode melhorar em relação às importações de dezembro, devido a uma base comparativa favorável com o ano anterior. Em geral, porém, não há uma melhora significativa à vista”, acrescentou.
Estes números são divulgados no momento em que as duas principais economias do mundo buscam um acordo preliminar que encerre a disputa comercial. Entre as mercadorias afetadas, estão celulares e roupas esportivas.
Apesar das recentes tensões diplomáticas bilaterais, devido à política chinesa em Hong Kong e em Xinjiang, o porta-voz do Ministério chinês do Comércio, Gao Fengo, declarou na última quinta-feira que “as equipes de negociação continuam em estreito contato”.
“Se for assinado um acordo preliminar e se não houver outra escalada das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, o efeito do aumento das tarifas americanas sobre as exportações chinesas deve se atenuar em 2020”, avaliou, recentemente, a analista Sylvia Sheng, do escritório do JP Morgan em Hong Kong.
Neste contexto de incerteza, centenas de lideranças políticas, economistas e presidentes de bancos centrais se reúnem em Pequim, nos próximos dias, para um grande encontro anual. Na reunião, deve-se estabelecer metas de crescimento para 2020, assim como sobre política monetária e fiscal.