14/01/2025 - 13:17
O valor das exportações de bens da América Latina e do Caribe se expandiu 4,1% em 2024 em relação ao ano anterior, após caírem 1,6% em 2023, segundo um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), publicado nesta terça-feira (14).
Este aumento se deveu, sobretudo, aos valores exportados, explica a organização em seu relatório “Estimativas das tendências comerciais da América Latina e do Caribe”.
O BID não vê sinais que garantam que este crescimento será mantido com o tempo.
“O balanço dos riscos para o comércio regional se mantém equilibrado e as projeções apontam para um crescimento limitado, em um contexto de alta incerteza sobre a economia mundial”, explicou Paolo Giordano, coordenador do estudo, citado em um comunicado.
“Para que o comércio exterior continue contribuindo significativamente para o crescimento econômico, a região deve se concentrar em reformas e investimentos que aumentem a produtividade”, acrescentou.
Os resultados variam muito de um país para outro.
Entre os que experimentaram franca melhora destacam-se Argentina (+18,1%), Venezuela (+18,7%), Uruguai (+14,6%) e Guiana (+59,6%).
Entre os países que registraram queda em relação ao ano anterior estão Brasil (-0,8%), Paraguai (-6,5), Costa Rica (-9,3%) e sobretudo o Panamá (-73,3%).
Salvo exceções, os preços dos principais produtos básicos exportados pela América Latina e o Caribe “mantiveram uma tendência à baixa, que se prevê que vá continuar, em um contexto de alta volatilidade”, diz o informe.
O preço da soja caiu 22,1% em 2024, devido ao “aumento da oferta global, principalmente pela colheita recorde no Brasil, que esteve acompanhada da recuperação da produção na Argentina após a forte seca de 2023”.
A cotação do açúcar sofreu contração de 13,7% devido às melhoras das colheitas na Índia e na Tailândia e à queda nos preços do petróleo, que impacta negativamente na demanda de cana-de-açúcar para a produção de etanol. Contudo, registra níveis “próximos aos máximos históricos”, informa o BID.
O petróleo, por sua vez, acumulou contração de 2,7% na média do ano.
Mas outros preços subiram, sobretudo os do café.
O preço das variantes arábica e robusta foi, em média, “57,7% superior ao de 2023 (…), colocando a cotação em máximos históricos”, continua o informe.
O cobre, por sua vez, “mostrou maior volatilidade”, mas subiu 9,4% em relação a 2023.