Tegernsee, Alemanha, a 50 quilômetros de Munique. O local é um conjunto de prédios simplórios, rodeado por charmosos vilarejos. Nos galpões, funcionários de bermudão operam máquinas enormes. A matéria-prima, fibra de algodão dispensada pela indústria, aparece amontoada em tanques. Uma empresa de fundo de quintal? Longe disso. Esta é a Giesecke & Devrient (G&D), gigante que fatura US$ 1,1 bilhão ao ano fabricando a mais nobre das mercadorias: dinheiro. Nesse ambiente despretensioso, a G&D produz e exporta cédulas e papel-moeda para mais de 70 países. Foi daqui que saiu um terço ? 5 bilhões de notas ? da primeira impressão do euro, a moeda européia. O grupo tem subsidiárias em 45 países e 7 mil empregados. Além de dinheiro, faz cartões inteligentes e maquinário para contagem de cédulas. Quem vê de fora não imagina tanto.

 

Fundada em 1852, a G&D volta os olhos, agora, para Ásia e América do Sul. No Brasil, negocia com a Casa da Moeda para fornecer um papel-moeda resinado cuja durabilidade é o dobro do tradicional. ?Cerca de 1 bilhão de notas de reposição são feitas anualmente no Brasil. É um
ótimo negócio?, afirma o diretor Bernhard Reitzenstein. O interesse
maior, no entanto, é no mercado nacional de cartões (que representa 44% do faturamento da empresa). Há nove meses, a G&D se uniu à Gráficos Burti e investiu US$ 8 milhões para produzir 3 milhões de unidades ao mês em Itaquaquecetuba (SP). Mas é no setor de telecomunicações que a companhia espera crescer. ?Fabricaremos 20% dos 16 milhões de cartões com chip para telefonia GSM que circularão no País até 2003?, prevê Manfredo Dreyer, diretor de vendas da GD Burti. ?Isso nos dará receitas de US$ 16 milhões ao ano.?