A construção de uma fábrica de papel higiênico e papel toalha em Cachoeiro do Itapemirim (ES), anunciada nesta quinta-feira, 19, pela Suzano, deve elevar a capacidade de produção de papel Tissue (papéis sanitários) da companhia para 130 mil toneladas por ano, segundo o diretor executivo de Relações e Gestão Legal, Pablo Machado. O investimento é de R$ 130 milhões e a estimativa para execução do projeto é de até 11 meses.

Com capacidade de produção de 30 mil toneladas/ano, a unidade entra em operação no último trimestre de 2020 e deve atender, além do Espírito Santo, os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e parte da Bahia.

No estado, a empresa também investirá R$ 531 milhões no desenvolvimento de sua base florestal e R$ 272,4 milhões no retrofit parcial da fábrica de celulose em Aracruz. Nesse caso, os dois investimentos já estão contemplados na estimativa de Capex da Suzano para 2020 e não afetam seu fluxo de caixa.

No total serão investidos R$ 933,4 milhões no estado capixaba. A Suzano reforçou ainda que mantém o foco na sua desalavancagem financeira.

Monetização

Outra novidade do anúncio é que os três projetos serão financiados pela monetização de créditos de ICMS que a companhia detém no estado. Segundo Machado, atualmente a Suzano tem um total de R$ 1,1 bilhão em créditos de ICMS com o Espírito Santo, que foram acumulados em mais de 10 anos de operação. “Esses projetos vão proporcionar o abatimento de 1 para 1”, afirmou Machado.

De acordo com Luis Bueno, diretor executivo de Bens de Consumo da Suzano, toda a engenharia de monetização de créditos por ICMS foi concebida pelo estado. “É um mérito do governo do estado. Nos demais estados temos um crédito acumulado de magnitude bastante inferior e a situação é de créditos decrescentes. No Espírito Santo, o quadro era de créditos crescentes”, explicou o executivo.

A Suzano prevê um aumento na capacidade de geração da unidade Aracruz a partir do retrofit com ganho em eficiência industrial e energética, a partir da redução no consumo de insumos para produção. “Com o aumento da eficiência energética da planta iremos elevar a nossa capacidade de geração e exportação para as redes de transmissão”, afirmou Machado, sem mais detalhes.