26/11/2014 - 0:00
Quando a tela “Bandeirinhas com Mastros”, pintada por Alfredo Volpi em 1970, foi colocada no pregão, nesta terça feira, 25, no último leilão do ano da Canvas Galeria de Arte, em São Paulo, as melhores expectativas eram de que os lances dobrassem o valor mínimo de R$ 2 milhões. Afinal, trata-se de uma obra rara, com um tratamento aveludado que, segundo especialistas, Volpi só realizou oito vezes em vida. No entanto, a tela foi arrematada pelo lance mínimo, por um empresário de São Paulo. O recorde de um artista brasileiro em leilões continua com Lygia Clark, cuja tela “Superfície Modulada nº4” foi arrematada por R$ 5,3 milhões em setembro de 2013.
O frisson em torno da venda da obra do mestre das bandeirinhas foi o ponto alto dos pregões brasileiros deste fim de ano. Mas muitos outros martelos estão batendo por aí. Fim de ano é o momento em que as grandes galerias de arte contemporânea fazem leilões beneficentes e os espaços independentes promovem “leilões de parede” com obras doadas por artistas para arrecadar fundos para sua programação de 2015. Os leilões de parede se definem pela ausência da figura do leiloeiro. Nessa modalidade, o interessado registra sua oferta diretamente na parede, colando uma etiqueta ao lado da obra.
A pioneira foi a galeria Luisa Strina, que no final de setembro abriu a temporada beneficente com a nona edição de seu Leilão de Parede, em prol da Associação Civil Anima. Na última segunda feira,24, a Galeria Pilar, em São Paulo, reuniu obras de grandes estrelas da arte internacional, como Ai Wei Wei, e de artistas brasileiros, como Albano Afonso, para arrecadar fundos para a Associação Viva e Deixe Viver. Na quinta feira, 27, oito galerias brasileiras participam do II Leilão beneficente de Arte Contemporânea com os recursos integrais da venda de mais 40 obras revertidas ao Instituto Verdescola.
Já os leilões de parede de espaços culturais independentes, como o Pivô e o Ateliê 397, são ideais para os interessados em começar um coleção ou colecionadores que querem adquirir obras de artistas renomados a preços especial (no caso do Pivô, com o lance mínimo com desconto de 50% de seus valores de mercado).
Na terça feira 25, o Pivô espaço independente que promove exposições, debates, projetos especiais e residências artísticas no edifício Copan, levantou fundos para sua programação do ano que vem com a venda de obras gentilmente cedidas por artistas. “Os artistas participantes em geral são colaboradores do Pivô, já realizaram projetos aqui, ou são indicados por nossos conhecidos”, explica a artista Fernanda Brenner, diretora do espaço, que também colocou uma obra a leilão.
Fechando os trabalhos, o Ateliê 397 promove no próximo dia 6 de dezembro a nova edição do já tradicional “Surpraise”, o leilão às cegas que apregoa trabalhos sem identificação do artista.